quarta-feira, 30 de maio de 2012

O que o esporte venezuelano tem a ensinar ao brasileiro

Leia sem preconceitos. Trata-se de um informe oficial do governo da Venezuela.


“O esporte na Venezuela avança a toda velocidade…”


Com a chegada da Revolução Bolivariana, o esporte na Venezuela adquire valor constitucional e recebe um forte impulso do governo para torná-lo um instrumento de transformação e dignificação social.

O esporte nacional tinha uma série de necessidades e problemas que não vinham recebendo nenhuma resposta durante décadas; só os setores privados lideravam o fomento esportivo na Venezuela. Esta caracterização fez com que o Governo Bolivariano entrasse em um processo onde a vinculação do crescimento humano com o esporte e a atividade física fossem considerados um direito fundamental para os venezuelanos.

“… O Estado assumirá o esporte e o lazer como política educativa e de saúde pública e, ao mesmo tempo, garantirá o atendimento integral dos esportistas sem nenhuma discriminação. Apoiará, também, o esporte de alto nível, a avaliação e a regulamentação das entidades esportivas do setor público e privado, de acordo com a Lei” (Constituição).

As reformas e reestruturações do sistema esportivo nacional nascem sob a necessidade de criar centros de formação esportiva, não só no tocante ao desenvolvimento como atleta, mas também como cidadãos úteis na sociedade de maneira participativa e inclusiva da cultura e identidade nacional.

O primeiro passo na nova concepção do esporte na Venezuela apresenta-se no capítulo VI da Constituição Nacional Bolivariana sobre os Direitos Culturais e Educativos. No Artigo 111 estabelece-se que o esporte e o lazer são um direito cidadão:

Sob esta base jurídica, cria-se o Ministério do Poder Popular para os Esportes[1], com as seguintes atribuições

1.
Formular a política esportiva nacional;
2.Normalizar, coordenar, planejar e fomentar o desenvolvimento sistemático das atividades físicas e esportivas da Venezuela, conjuntamente com os Ministérios de Saúde e da Educação;
3.Oferecer atendimento integral aos atletas e incentivar as pessoas, instituições e comunidades que promovam aos atletas e que desenvolvam atividades esportivas no país.

As políticas executadas pelo Ministério do Poder Popular para os Esportes, desde sua criação, e conjuntamente com o Plano do Sistema Esportivo Socialista 2007-2013[2], expandiram e fortaleceram o esporte nacional em todas suas dimensões: de organização, gerencial, técnica, financeira normativa, ampliação e melhora da infra-estrutura, modernização do equipamento existente, uso de inovação tecnológica e medicina aplicada aos esportes, criação de uma nova cultura de gestão e administração dos recursos vinculados ao fomento das atividades esportivas.

Tem-se impulsionado, igualmente, o desenvolvimento de comitês esportivos comunitários e a assistência técnica e financeira do Estado para o desenvolvimento do esporte. Como resultado, obtém-se a participação das comunidades e das diversas associações esportivas.


Avanços concretos das bases jurídicas em matéria esportiva


§Lei Orgânica do Esporte, da Atividade Física e da Educação Física (15/08/2011)[3], destacando os seguintes avanços em matéria social:

1.
Co-responsabilidade no Esporte: Governo Nacional e governos estaduais e municipais. As organizações sociais, também, são co-responsáveis das políticas de promoção e desenvolvimento do esporte, da atividade física e da educação física impulsionada pelo Estado.
2.Declaração da massificação esportiva como prioridade:
3.Deveres e direitos dos atletas: O acesso aos planos e programas sobre proteção da maternidade das atletas e paternidade dos atletas; acesso e permanência dentro do Sistema Educativo Nacional, sob regimes especiais de estudo e formação; acesso ao Sistema de Previdência Social para seu atendimento em matéria de habitação e moradia, saúde, pensão, seguro contra acidentes, dentre outros.
4.Direitos de treinadores, juízes e árbitros: Inserção no Sistema de Previdência Social e pagamento das prestações correspondentes aos regimes de prestações de saúde, moradia, serviços sociais para os idosos, dentre outras;
5.O Sistema Nacional do Esporte[4]: Atividade física e educação física para a integração funcional e coordenação de componentes programáticos, de infra-estrutura e recursos financeiros, Cadastro Nacional do Esporte, atividade física e educação física, componente orgânico e talento humano.
6.Promoção e proteção do Estado: O Estado Venezuelano promove, protege e apóia as organizações sociais criadas pelo povo para a difusão do esporte e a atividade física, com o intuito de exaltar sua prática como expressões culturais que, devido a seu caráter transformador da sociedade, enaltecem e enriquecem a vida do povo, exaltam o patriotismo, difundem valores humanistas de progresso social e bom viver.
7.Classificação das organizações sociais promotoras do esporte: De acordo com sua finalidade, classificam-se em Associativas e do Poder Popular[5].
8.Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Esporte, a Atividade Física e a Educação Física: Está constituído pelas contribuições realizadas pelas empresas e organizações públicas ou privadas. Este fundo será utilizado para o financiamento de planos, projetos e programas de desenvolvimento e fomento da atividade física e do esporte, o atendimento integral e a segurança social dos atletas.

No tocante à área social, através da nova Lei Orgânica do Esporte, define-se de maneira inclusiva a cada uma das pessoas que fazem parte da área esportiva nacional, garantindo o melhor cenário para o desenvolvimento integral, tanto de atletas quanto de treinadores, juízes ou árbitros.


Investimento no Esporte


Antes da Revolução Bolivariana, no período correspondente a 1992 e 1998, o investimento em esporte representou só 1,65% (USD 26,2 milhões) do que hoje o Governo Bolivariano já investiu. Entre 1999 e agosto de 2010, o investimento em esportes alcançou o montante de USD 1,58 bilhões. O Governo Bolivariano incrementou o investimento em matéria esportiva em 59952% mais do que nos últimos dois governos. De 2002 a 2010 se construíram e reformaram mais de 1800 instalações esportivas[6].
Fonte: Ministério do Poder Popular para os Esportes, 2011.
“Missão Barrio Adentro Deportivo”

A Missão “Barrio Adentro Deportivo” (Esporte dentro das favelas) é um programa social do Poder Executivo Nacional venezuelano que visa universalizar a integração e participação das comunidades, através da prática de atividades físicas e esportivas.

Esta missão começou em 2002 como um pequeno projeto piloto no município Libertador em matéria de educação esportiva, incorporando o trabalho conjunto com técnicos esportivos cubanos. Esta missão inaugurou-se, oficialmente, em 19 de abril de 2003 com o intuito de massificar a prática esportiva, a educação física e recreação através do uso do tempo livre de forma sadia, para contribuir com o desenvolvimento do esporte competitivo e elevar os resultados da Venezuela nesse âmbito, por meio da capacitação de promotores esportivos e o assessoramento do pessoal técnico.

Através da Missão “Barrio Adentro Deportivo” mais de 330mil pessoas se incorporaram à prática de atividades físicas, esportivas e de recreação, tais como baile-terapia, ginástica ocupacional, ginástica para crianças, preparação física na gravidez, dentre outras.

BENEFICIÁRIOS DA MISSÃO “BARRIO ADENTRO DEPORTIVO” 2003-2012

“Universidade Esportiva do Sul”


A criação da Universidade Esportiva do Sul[7] tem o objetivo de divulgar, gerar e sistematizar o conhecimento, bem como brindar a oportunidade de conhecer experiências inéditas nas áreas de formação, pesquisa e projeção social (graduação e pós-graduação) no âmbito científico, tecnológico, social e humanístico, associados à atividade física, o esporte e áreas afins.

O objeto de sua criação é a vinculação permanente do desenvolvimento sócio-econômico, ambiental, educativo e esportivo local, regional e nacional; promover, ao mesmo tempo, a integração em matéria esportiva com os povos do sul.


“Uma deficiência, mil potencialidades”


Com o princípio de inclusão em matéria esportiva, o Governo Bolivariano incrementou a participação de atletas com alguma deficiência em competições internacionais, sob o lema “Uma deficiência, mil potencialidades”.

Torneio Mundial de Levantamento de Pesos para atletas com deficiência visual/ Miami – Estados Unidos:

16 medalhas (4 ouro, 8 prata e 4 de bronze) Atletas destacados: Héctor Paba (60 kg.) ganhou 2 de ouro e 2 de prata / Cruz Barrios (90 kg.) 2 de ouro e 2 de prata.

– Juvenil / I Jogos Pan-americanos da categoria para deficientes auditivos / Mar de Plata – Argentina / 50 medalhas (35 ouro, 12 prata e 3 bronze).
– 20 atletas classificaram ao Mundial de Atletismo Para-olímpico de Nova Zelândia 2011, e conseguiram 5 medalhas. Aníbal Bello, Yucleisy Pinto e Tatiana Briceño (prata) / José Luis Sánchez e Samuel Colmenares (bronze)
– Naomi Soazo / deficiência visual / classificou pela segunda vez consecutiva a uns Jogos Para-olímpicos, (Londres 2012) depois de lograr o segundo lugar no Mundial de Judô para deficientes visuais realizado em Antalya, Turquia, além de conseguir o título Pan-americano nos Estados Unidos. Soazo tem oro olímpico logrado en Beijing, além de ganhar ouro nos Pan-americanos de Bogotá.
– 2010 – Garrido Márquez ganhou nos Campeonatos do Mundo de Rota Para-ciclismo na categoria C2 com um tempo de 1.38.38 minutos, e revalidou seu título.
“Participação feminina no esporte”



A participação do gênero feminino nos Jogos Olímpicos aumentou de 36 atletas, em 13 Jogos Olímpicos de 1938 a 1996, a 81 atletas só nas últimas três Olimpíadas, de 2000 a 2008.

Antes da Revolução (1982-1998), em cinco Jogos Sul-americanos, participaram 186 atletas femininas (30,4%). Em Revolução (2002-2010), em três Jogos Sul-americanos, participaram 425 mulheres (69,6%).

Fonte: Ministério do Poder Popular para os Esportes 2011
“Desenvolvimento de infra-estruturas: Copa América 2007”
Um exemplo da importância do esporte para o desenvolvimento nacional é a oportunidade que a Venezuela teve de ser sede da Copa América de futebol em 2007. Nessa edição, a Venezuela impôs um recorde para essa competição, classificada como a terceira copa mais importante de futebol depois do Mundial e da Eurocopa, ao dispor de nove sedes para o torneio, com uma capacidade de mais de 350 mil lugares.

Além de construir e recuperar os espaços esportivos para a Copa, a Venezuela conseguiu criar uma infra-estrutura esportiva de primeira qualidade para o desenvolvimento de atletas venezuelanos, bem como novos espaços para o desfrute e recreação da sociedade em geral.

  1. Estádio Agustín Tovar (estado de Barinas). Capacidade: 30mil pessoas.
  2. Estádio Metropolitano de Lara (estado de Lara). Capacidade: 40.312 pessoas.
  3. Reforma do Estádio Olímpico da Universidade Central da Venezuela (Distrito Capital). Capacidade: 38mil pessoas.
  4. Estádio José Encarnación Romero (estado de Zulia). Capacidade: 40.800 pessoas.
  5. Estádio Monumental de Maturín (estado de Monagas). Capacidade: 52mil pessoas.
  6. Estádio Olímpico Metropolitano de Mérida (estado de Mérida). Capacidade: 42.200 pessoas.
  7. Estádio Olímpico General José Antonio Anzoátegui (estado de Anzoátegui). Capacidade: 41mil pessoas.
  8. Centro Total de Treinamento Cachamay (estado de Bolívar). Capacidade: 41.300 pessoas.
  9. Ginásio Poliesportivo de Pueblo Nuevo (estado de Táchira). Capacidade: 42.500 pessoas.

Centro Total de Treinamento Cachamay, Ciudad Guayana, principal urbe do estado de Bolívar.

Fortalecimento do Esporte de Rendimento através de projetos do Ciclo Olímpico 2009-2012, formação esportiva, bem-estar social e integral para o atleta de desempenho e ciências aplicadas ao esporte:


·Fortalecimento do Subsistema esporte de rendimento com a organização e participação em 391 eventos nacionais e 337 internacionais, com um total de 3.755 medalhas.
·Realização de 20 programas de treinamento (bases de preparação, eventos preparatórios e encontros de Alto rendimento).
·Subsídio às federações esportivas por USD 8,8 milhões com maior apoio sócio-econômico integral aos atletas de alta competição.
·Incremento dos benefícios sócio-econômicos através da entrega de bolsas a 1.251 atletas por um montante de USD 3,3 milhões; 161 ajudas econômicas por um montante de USD 1,4 milhões para reformas e aquisição de três moradias, e 3.373 atletas e familiares beneficiados através da póliza de seguros e acidentes pessoais (nacional e internacional) por um montante de USD 1,9 milhões, além de atendimento por meio da FUNDEXAR a 200 ex-atletas pela quantidade de USD 307 mil.
*Fonte: Ministério do Poder Popular para os Esportes 2011.



[1] O Ministério do Poder Popular para os Esportes foi criado por Decreto nº. 5.022, de 27 de novembro de 2006 e publicado no Diário Oficial nº. 38.574, de 29 de novembro de 2006
2 Instrumento guia da gestão esportiva, e tem como uma de suas diretrizes a busca da maior inclusão social e bem-estar coletivo para elevar o nível dos esportes de rendimento, massificação do esprte, a atividade física e o lazer
Esta lei visa estabelecer as bases para a educação física, regulamentar a promoção, organização e administração do esporte e a atividade física como serviços públicos, por representarem direitos fundamentais dos cidadãos e dever social do Estado, bem como sua gestão como atividade econômica com fins sociais).
4 Estabelecer as conexões entre os diversos subsistemas esportivos, que facilitem as transferências e os ajustes necessários para a incorporação de aqueles que já participaram de alguma modalidade esportiva e ingressam em uma outra, sem limitações no seu rendimento e aptidões físicas
5 Correspondem a esta classificação os comitês de recriação e esportes dos conselhos comunais, os conselhos de atividade física e esporte das comunas, bem como outras organizações similares, promotoras da atividade física e do esporte
6 Dados fornecidos pelos Ministros e Ministras do Gabinete Político e do Gabinete Social perante a Assembléia Nacional, na cidade de Caracas, nos dias 8 e 10 de fevereiro de 2011. Coleção A Revolução Transparente. Edições Correo del Orinoco. p. 67-69
7 Instituição criada sob Decreto nº. 4.244, em 30 de janeiro de 2006. Está localizada em San Carlos, capital do estado de Cojedes. A mudança do nome “Universidade Ibero-americana do Esporte” a “Universidade Esportiva do Sul” foi estipulada no Decreto Presidencial nº. 7.578, publicado no Diário Oficial nº. 39.471, em 22 de julho de 2010.

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