quarta-feira, 30 de maio de 2012

O que o esporte venezuelano tem a ensinar ao brasileiro

Leia sem preconceitos. Trata-se de um informe oficial do governo da Venezuela.


“O esporte na Venezuela avança a toda velocidade…”


Com a chegada da Revolução Bolivariana, o esporte na Venezuela adquire valor constitucional e recebe um forte impulso do governo para torná-lo um instrumento de transformação e dignificação social.

O esporte nacional tinha uma série de necessidades e problemas que não vinham recebendo nenhuma resposta durante décadas; só os setores privados lideravam o fomento esportivo na Venezuela. Esta caracterização fez com que o Governo Bolivariano entrasse em um processo onde a vinculação do crescimento humano com o esporte e a atividade física fossem considerados um direito fundamental para os venezuelanos.

“… O Estado assumirá o esporte e o lazer como política educativa e de saúde pública e, ao mesmo tempo, garantirá o atendimento integral dos esportistas sem nenhuma discriminação. Apoiará, também, o esporte de alto nível, a avaliação e a regulamentação das entidades esportivas do setor público e privado, de acordo com a Lei” (Constituição).

As reformas e reestruturações do sistema esportivo nacional nascem sob a necessidade de criar centros de formação esportiva, não só no tocante ao desenvolvimento como atleta, mas também como cidadãos úteis na sociedade de maneira participativa e inclusiva da cultura e identidade nacional.

O primeiro passo na nova concepção do esporte na Venezuela apresenta-se no capítulo VI da Constituição Nacional Bolivariana sobre os Direitos Culturais e Educativos. No Artigo 111 estabelece-se que o esporte e o lazer são um direito cidadão:

Sob esta base jurídica, cria-se o Ministério do Poder Popular para os Esportes[1], com as seguintes atribuições

1.
Formular a política esportiva nacional;
2.Normalizar, coordenar, planejar e fomentar o desenvolvimento sistemático das atividades físicas e esportivas da Venezuela, conjuntamente com os Ministérios de Saúde e da Educação;
3.Oferecer atendimento integral aos atletas e incentivar as pessoas, instituições e comunidades que promovam aos atletas e que desenvolvam atividades esportivas no país.

As políticas executadas pelo Ministério do Poder Popular para os Esportes, desde sua criação, e conjuntamente com o Plano do Sistema Esportivo Socialista 2007-2013[2], expandiram e fortaleceram o esporte nacional em todas suas dimensões: de organização, gerencial, técnica, financeira normativa, ampliação e melhora da infra-estrutura, modernização do equipamento existente, uso de inovação tecnológica e medicina aplicada aos esportes, criação de uma nova cultura de gestão e administração dos recursos vinculados ao fomento das atividades esportivas.

Tem-se impulsionado, igualmente, o desenvolvimento de comitês esportivos comunitários e a assistência técnica e financeira do Estado para o desenvolvimento do esporte. Como resultado, obtém-se a participação das comunidades e das diversas associações esportivas.


Avanços concretos das bases jurídicas em matéria esportiva


§Lei Orgânica do Esporte, da Atividade Física e da Educação Física (15/08/2011)[3], destacando os seguintes avanços em matéria social:

1.
Co-responsabilidade no Esporte: Governo Nacional e governos estaduais e municipais. As organizações sociais, também, são co-responsáveis das políticas de promoção e desenvolvimento do esporte, da atividade física e da educação física impulsionada pelo Estado.
2.Declaração da massificação esportiva como prioridade:
3.Deveres e direitos dos atletas: O acesso aos planos e programas sobre proteção da maternidade das atletas e paternidade dos atletas; acesso e permanência dentro do Sistema Educativo Nacional, sob regimes especiais de estudo e formação; acesso ao Sistema de Previdência Social para seu atendimento em matéria de habitação e moradia, saúde, pensão, seguro contra acidentes, dentre outros.
4.Direitos de treinadores, juízes e árbitros: Inserção no Sistema de Previdência Social e pagamento das prestações correspondentes aos regimes de prestações de saúde, moradia, serviços sociais para os idosos, dentre outras;
5.O Sistema Nacional do Esporte[4]: Atividade física e educação física para a integração funcional e coordenação de componentes programáticos, de infra-estrutura e recursos financeiros, Cadastro Nacional do Esporte, atividade física e educação física, componente orgânico e talento humano.
6.Promoção e proteção do Estado: O Estado Venezuelano promove, protege e apóia as organizações sociais criadas pelo povo para a difusão do esporte e a atividade física, com o intuito de exaltar sua prática como expressões culturais que, devido a seu caráter transformador da sociedade, enaltecem e enriquecem a vida do povo, exaltam o patriotismo, difundem valores humanistas de progresso social e bom viver.
7.Classificação das organizações sociais promotoras do esporte: De acordo com sua finalidade, classificam-se em Associativas e do Poder Popular[5].
8.Fundo Nacional para o Desenvolvimento do Esporte, a Atividade Física e a Educação Física: Está constituído pelas contribuições realizadas pelas empresas e organizações públicas ou privadas. Este fundo será utilizado para o financiamento de planos, projetos e programas de desenvolvimento e fomento da atividade física e do esporte, o atendimento integral e a segurança social dos atletas.

No tocante à área social, através da nova Lei Orgânica do Esporte, define-se de maneira inclusiva a cada uma das pessoas que fazem parte da área esportiva nacional, garantindo o melhor cenário para o desenvolvimento integral, tanto de atletas quanto de treinadores, juízes ou árbitros.


Investimento no Esporte


Antes da Revolução Bolivariana, no período correspondente a 1992 e 1998, o investimento em esporte representou só 1,65% (USD 26,2 milhões) do que hoje o Governo Bolivariano já investiu. Entre 1999 e agosto de 2010, o investimento em esportes alcançou o montante de USD 1,58 bilhões. O Governo Bolivariano incrementou o investimento em matéria esportiva em 59952% mais do que nos últimos dois governos. De 2002 a 2010 se construíram e reformaram mais de 1800 instalações esportivas[6].
Fonte: Ministério do Poder Popular para os Esportes, 2011.
“Missão Barrio Adentro Deportivo”

A Missão “Barrio Adentro Deportivo” (Esporte dentro das favelas) é um programa social do Poder Executivo Nacional venezuelano que visa universalizar a integração e participação das comunidades, através da prática de atividades físicas e esportivas.

Esta missão começou em 2002 como um pequeno projeto piloto no município Libertador em matéria de educação esportiva, incorporando o trabalho conjunto com técnicos esportivos cubanos. Esta missão inaugurou-se, oficialmente, em 19 de abril de 2003 com o intuito de massificar a prática esportiva, a educação física e recreação através do uso do tempo livre de forma sadia, para contribuir com o desenvolvimento do esporte competitivo e elevar os resultados da Venezuela nesse âmbito, por meio da capacitação de promotores esportivos e o assessoramento do pessoal técnico.

Através da Missão “Barrio Adentro Deportivo” mais de 330mil pessoas se incorporaram à prática de atividades físicas, esportivas e de recreação, tais como baile-terapia, ginástica ocupacional, ginástica para crianças, preparação física na gravidez, dentre outras.

BENEFICIÁRIOS DA MISSÃO “BARRIO ADENTRO DEPORTIVO” 2003-2012

“Universidade Esportiva do Sul”


A criação da Universidade Esportiva do Sul[7] tem o objetivo de divulgar, gerar e sistematizar o conhecimento, bem como brindar a oportunidade de conhecer experiências inéditas nas áreas de formação, pesquisa e projeção social (graduação e pós-graduação) no âmbito científico, tecnológico, social e humanístico, associados à atividade física, o esporte e áreas afins.

O objeto de sua criação é a vinculação permanente do desenvolvimento sócio-econômico, ambiental, educativo e esportivo local, regional e nacional; promover, ao mesmo tempo, a integração em matéria esportiva com os povos do sul.


“Uma deficiência, mil potencialidades”


Com o princípio de inclusão em matéria esportiva, o Governo Bolivariano incrementou a participação de atletas com alguma deficiência em competições internacionais, sob o lema “Uma deficiência, mil potencialidades”.

Torneio Mundial de Levantamento de Pesos para atletas com deficiência visual/ Miami – Estados Unidos:

16 medalhas (4 ouro, 8 prata e 4 de bronze) Atletas destacados: Héctor Paba (60 kg.) ganhou 2 de ouro e 2 de prata / Cruz Barrios (90 kg.) 2 de ouro e 2 de prata.

– Juvenil / I Jogos Pan-americanos da categoria para deficientes auditivos / Mar de Plata – Argentina / 50 medalhas (35 ouro, 12 prata e 3 bronze).
– 20 atletas classificaram ao Mundial de Atletismo Para-olímpico de Nova Zelândia 2011, e conseguiram 5 medalhas. Aníbal Bello, Yucleisy Pinto e Tatiana Briceño (prata) / José Luis Sánchez e Samuel Colmenares (bronze)
– Naomi Soazo / deficiência visual / classificou pela segunda vez consecutiva a uns Jogos Para-olímpicos, (Londres 2012) depois de lograr o segundo lugar no Mundial de Judô para deficientes visuais realizado em Antalya, Turquia, além de conseguir o título Pan-americano nos Estados Unidos. Soazo tem oro olímpico logrado en Beijing, além de ganhar ouro nos Pan-americanos de Bogotá.
– 2010 – Garrido Márquez ganhou nos Campeonatos do Mundo de Rota Para-ciclismo na categoria C2 com um tempo de 1.38.38 minutos, e revalidou seu título.
“Participação feminina no esporte”



A participação do gênero feminino nos Jogos Olímpicos aumentou de 36 atletas, em 13 Jogos Olímpicos de 1938 a 1996, a 81 atletas só nas últimas três Olimpíadas, de 2000 a 2008.

Antes da Revolução (1982-1998), em cinco Jogos Sul-americanos, participaram 186 atletas femininas (30,4%). Em Revolução (2002-2010), em três Jogos Sul-americanos, participaram 425 mulheres (69,6%).

Fonte: Ministério do Poder Popular para os Esportes 2011
“Desenvolvimento de infra-estruturas: Copa América 2007”
Um exemplo da importância do esporte para o desenvolvimento nacional é a oportunidade que a Venezuela teve de ser sede da Copa América de futebol em 2007. Nessa edição, a Venezuela impôs um recorde para essa competição, classificada como a terceira copa mais importante de futebol depois do Mundial e da Eurocopa, ao dispor de nove sedes para o torneio, com uma capacidade de mais de 350 mil lugares.

Além de construir e recuperar os espaços esportivos para a Copa, a Venezuela conseguiu criar uma infra-estrutura esportiva de primeira qualidade para o desenvolvimento de atletas venezuelanos, bem como novos espaços para o desfrute e recreação da sociedade em geral.

  1. Estádio Agustín Tovar (estado de Barinas). Capacidade: 30mil pessoas.
  2. Estádio Metropolitano de Lara (estado de Lara). Capacidade: 40.312 pessoas.
  3. Reforma do Estádio Olímpico da Universidade Central da Venezuela (Distrito Capital). Capacidade: 38mil pessoas.
  4. Estádio José Encarnación Romero (estado de Zulia). Capacidade: 40.800 pessoas.
  5. Estádio Monumental de Maturín (estado de Monagas). Capacidade: 52mil pessoas.
  6. Estádio Olímpico Metropolitano de Mérida (estado de Mérida). Capacidade: 42.200 pessoas.
  7. Estádio Olímpico General José Antonio Anzoátegui (estado de Anzoátegui). Capacidade: 41mil pessoas.
  8. Centro Total de Treinamento Cachamay (estado de Bolívar). Capacidade: 41.300 pessoas.
  9. Ginásio Poliesportivo de Pueblo Nuevo (estado de Táchira). Capacidade: 42.500 pessoas.

Centro Total de Treinamento Cachamay, Ciudad Guayana, principal urbe do estado de Bolívar.

Fortalecimento do Esporte de Rendimento através de projetos do Ciclo Olímpico 2009-2012, formação esportiva, bem-estar social e integral para o atleta de desempenho e ciências aplicadas ao esporte:


·Fortalecimento do Subsistema esporte de rendimento com a organização e participação em 391 eventos nacionais e 337 internacionais, com um total de 3.755 medalhas.
·Realização de 20 programas de treinamento (bases de preparação, eventos preparatórios e encontros de Alto rendimento).
·Subsídio às federações esportivas por USD 8,8 milhões com maior apoio sócio-econômico integral aos atletas de alta competição.
·Incremento dos benefícios sócio-econômicos através da entrega de bolsas a 1.251 atletas por um montante de USD 3,3 milhões; 161 ajudas econômicas por um montante de USD 1,4 milhões para reformas e aquisição de três moradias, e 3.373 atletas e familiares beneficiados através da póliza de seguros e acidentes pessoais (nacional e internacional) por um montante de USD 1,9 milhões, além de atendimento por meio da FUNDEXAR a 200 ex-atletas pela quantidade de USD 307 mil.
*Fonte: Ministério do Poder Popular para os Esportes 2011.



[1] O Ministério do Poder Popular para os Esportes foi criado por Decreto nº. 5.022, de 27 de novembro de 2006 e publicado no Diário Oficial nº. 38.574, de 29 de novembro de 2006
2 Instrumento guia da gestão esportiva, e tem como uma de suas diretrizes a busca da maior inclusão social e bem-estar coletivo para elevar o nível dos esportes de rendimento, massificação do esprte, a atividade física e o lazer
Esta lei visa estabelecer as bases para a educação física, regulamentar a promoção, organização e administração do esporte e a atividade física como serviços públicos, por representarem direitos fundamentais dos cidadãos e dever social do Estado, bem como sua gestão como atividade econômica com fins sociais).
4 Estabelecer as conexões entre os diversos subsistemas esportivos, que facilitem as transferências e os ajustes necessários para a incorporação de aqueles que já participaram de alguma modalidade esportiva e ingressam em uma outra, sem limitações no seu rendimento e aptidões físicas
5 Correspondem a esta classificação os comitês de recriação e esportes dos conselhos comunais, os conselhos de atividade física e esporte das comunas, bem como outras organizações similares, promotoras da atividade física e do esporte
6 Dados fornecidos pelos Ministros e Ministras do Gabinete Político e do Gabinete Social perante a Assembléia Nacional, na cidade de Caracas, nos dias 8 e 10 de fevereiro de 2011. Coleção A Revolução Transparente. Edições Correo del Orinoco. p. 67-69
7 Instituição criada sob Decreto nº. 4.244, em 30 de janeiro de 2006. Está localizada em San Carlos, capital do estado de Cojedes. A mudança do nome “Universidade Ibero-americana do Esporte” a “Universidade Esportiva do Sul” foi estipulada no Decreto Presidencial nº. 7.578, publicado no Diário Oficial nº. 39.471, em 22 de julho de 2010.

Dimetilamilamina. Comunidado Food and Drug Administration - EUA

A Food and Drug Administration - EUA emitiu hoje cartas de advertência a dez fabricantes e distribuidores de suplementos dietéticos que contêm Dimetilamilamina. Também conhecido como 1,3-Dimetilamilamina, methylhexanamine, ou extrato de gerânio, o ingrediente é encontrado em alguns suplementos alimentares, é freqüentemente apontado como um estimulante "natural".
Segue o conteúdo da Matéria:
FDA challenges marketing of DMAA products for lack of safety evidence 
Agency cites ten companies in warning letters

The U.S. Food and Drug Administration today issued warning letters to ten manufacturers and distributors of dietary supplements containing dimethylamylamine, more popularly known as DMAA, for marketing products for which evidence of the safety of the product had not been submitted to FDA.
Also referred to as 1,3-dimethylamylamine, methylhexanamine, or geranium extract, the ingredient is in dietary supplements and is often touted as a "natural" stimulant.  
The companies receiving warning letters and their product names are:
 Company Product(s)
 Exclusive SupplementsBiorhythm SSIN Juice
 Fahrenheit NutritionLean Efx
 Gaspari NutritionSpirodex
 iSatori Global Technologies, LLCPWR
 Muscle Warfare, Inc.Napalm
 MuscleMeds Performance TechnologiesCode Red
 Nutrex ResearchHemo Rage Black
Lipo-6 Black Ultra Concentrate
Lipo-6 Black
Lipo-6 Black Hers Ultra Concentrate
Lipo-6 Black Hers 
 SEI PharmaceuticalsMethylHex 4,2 
 SNI LLCNitric Blast
 USP Labs, LLCOxy Elite Pro
Jack3D 
"Before marketing products containing DMAA, manufacturers and distributors have a responsibility under the law to provide evidence of the safety of their products. They haven’t done that and that makes the products adulterated," said Daniel Fabricant, Ph.D., Director of FDA’s Dietary Supplement Program. 
 
Specifically, the warning letters cite the companies for marketing products for which a notification had not been submitted for the use of DMAA as a New Dietary Ingredient (NDI). Under current law, dietary supplement manufacturers or distributors who use certain dietary ingredients not marketed in a dietary supplement prior to October 15, 1994, are responsible for notifying the FDA of evidence to support their conclusion that their dietary supplements containing NDIs are safe. Manufacturers or distributors must submit notification at least 75 days before marketing their products. The companies warned today were marketing products for which this requirement had not been met.

The FDA warning letters also advised the companies that the agency is not aware of evidence or history of use to indicate that DMAA is safe. Under the Dietary Supplement Health and Education Act of 1994 (DSHEA), manufacturers, marketers and distributors of dietary supplements are responsible for ensuring that they are marketing a safe product.
The FDA letters noted that DMAA is known to narrow the blood vessels and arteries, which can elevate blood pressure and may lead to cardiovascular events ranging from shortness of breath and tightening in the chest to heart attack. The agency has received 42 adverse event reports on products containing DMAA. While the complaints do not establish that DMAA was the cause of the incidents, some of the reports have included cardiac disorders, nervous system disorders, psychiatric disorders, and death.
The agency additionally warned the companies that synthetically-produced DMAA is not a “dietary ingredient” and, therefore, is not eligible to be used as an active ingredient in a dietary supplement. DSHEA defines a dietary ingredient as a vitamin, mineral, amino acid, herb or other botanical, a dietary substance for use by man to supplement the diet, or a concentrate, metabolite, constituent, extract, or combination of these substances.
The companies have 15 business days to respond to the FDA with the specific steps they will take to address the issues in the warning letters. 
Fonte: www.fda.gov

sábado, 26 de maio de 2012

Bursite no Quadril


CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Conforme Thompson (1994) bursite é a inflamação de uma bolsa sinovial, sendo esta bolsa um saco membranoso revestido por células endoteliais. Ela pode ou não estar em contato com as membranas sinoviais das articulações. A bursite nas imediações do quadril pode ser extremamente dolorosa e incapacitante. As bolsas sinoviais do quadril estão localizadas em áreas de deslizamento dos tecidos, onde funcionam amortecendo os choques. Em resposta aos traumas agudos ou ligados a solicitação exagerada, essas bolsas podem aumentar de tamanho, provocando dor aguda.

Foram descritas aproximadamente 18 bursas no quadril. Apenas três são de importância: a trocanteriana, a iliopectínea e a isquioglútea ou isquiática.

A bursite se dá quando ocorre a inflamação da bursa, no caso da trocantérica, localizada no quadril, mais especificamente próxima a uma proeminência do fêmur, o trocanter maior. Nesta região se insere o músculo glúteo médio, responsável em estabilizar a bacia, evitando sua "queda" quando a descarga de peso ocorre apenas em um membro inferior, como ao damos um passo.

O músculo glúteo médio não é o único responsável pela estabilização do quadril, já que, junto com ele, uma estrutura fibrosa muito forte, localizada na região lateral do quadril, faz este trabalho: a fáscia-lata. Entre o glúteo médio e a fáscia-lata está a bursa trocantérica, evitando o atrito excessivo entre eles.

Logo abaixo do trocanter maior insere-se o músculo glúteo máximo, um potente extensor do quadril, isto é, leva o membro inferior pra trás. Durante a caminhada e principalmente durante a corrida, este tendão empurra a bursa contra o trocanter maior repetidamente, aumentando sua pressão, levando assim a uma maior predisposição à irritação e conseqüente inflamação.

Outra questão importante nesta inflamação é o excessivo desgaste no calcanhar na região póstero-lateral que resulta em um aumento da supinação no toque de calcanhar, que é transmitido proximalmente à superfície lateral da perna. Este aumento da tração sobre o músculo glúteo máximo pela banda iliotibial é a causa lógica da bursite trocantérica conforme explica Sudek (1993);

A Bursite no Quadril é mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos de idade. A corrida, principalmente de longa distância como a maratona, assim como o ciclismo, o futebol e alguns exercícios de musculação são práticas esportivas que tendem a desencadear o quadro, pois são atividades de esforço repetitivo que podem causar micro-traumas de repetição, ou lesões por overuse.

O trauma direto causado por uma queda sobre o trocanter maior ou pancada na região também pode desencadear a bursite de forma súbita, devido à hemorragia na bursa, aumento do volume e consequentemente aumento do atrito. Mas, pesquisas revelam que em 8% dos casos de bursite trocantérica as causas são desconhecidas.

QUAIS SÃO OS SINTOMAS? A dor localizada na região lateral do quadril é o principal sintoma, no início ocorrendo apenas na corrida e ao subir escadas, e em alguns casos na caminhada. Com a progressão do quadro, a dor pode ocorrer também ao repouso e com irradiação para a coxa. Algumas pessoas se queixam de dor quando tentam cruzar as pernas na posição sentada ou ainda quando deitam sobre o lado afetado. A piora da dor é lenta ou abrupta de acordo com a atividade praticada.

Ao exame clínico o atleta pode referir dor à palpação na região lateral do quadril; na maioria das vezes essa dor é localizada, mas em 25 a 30 % dos casos a dor irradia para a lateral da coxa. É observado também o aumento da temperatura no local da inflamação. O movimento não fica limitado, porém é doloroso em situações como a flexão do quadril, abdução (elevar a perna lateralmente) e rotação interna (girar a perna para dentro).

EXISTEM FATORES DE RISCO? Sim, e muitos deles podem ser evitados ou minimizados. São eles: encurtamento da fáscia-lata e do músculo glúteo médio, diferença de comprimento entre os membros inferiores, pé supinado e alteração pré-existente em coluna vertebral como artrose, escoliose e hiperlordose.

Em casos de atletas que apresentam diferença de comprimento de membros inferiores, a correção pode ser feita utilizando palmilhas ou tênis adaptados, porém essa adaptação deve ser feita apenas com a indicação de um profissional de saúde, pois o uso inadequado pode agravar o problema. Geralmente, usa-se adaptações apenas em diferenças de comprimentos de membros acima de 1 cm.

TRATAMENTO

Fase aguda
Para Petit (2001) compreende os 5 a 7 primeiros dias, durante os quais o tratamento será basicamente antiinflamatório. Estará indicado o repouso relativo, pelo que se pedirá ao paciente que reduza sua atividade e permaneça mais tempo no leito. Somente em casos mais agudos se aconselhará que utilize uma bengala para reduzir o peso sobre a articulação.

Será utilizada a eletroterapia de alta freqüência (microondas e ondas curtas) por ser de maior penetração, já que certas bursites se localizam profundamente. Além de ultra-som pulsátil em baixas doses. Sudek (1993) sugere no caso da bursite trocanteriana a utilização de crioterapia.

Fase crônica
Esta fase se inicia quando diminui a dor aguda (geralmente após uma semana) e termina com a total remissão do processo agudo. Serão mantidas as mesmas condutas antiinflamatórias da fase aguda até se completarem duas semanas de tratamento. Em caso de haver limitação articular (o que nem sempre ocorre) deve-se iniciar as mobilizações passivas.

Nos casos de bursite trocanteriana Petit (2001) sugere o alongamento dos tecidos, que por ventura apresentam contratura, como o músculo extensor da grande fáscia e iliotibial, assim como exercícios para aumentar a força dos abdutores do quadril massagem profunda para aumentar a flexibilidade da banda iliotibial. A correção do mau alinhamento com órtese para corrigir diferenças de comprimento dos membros inferiores ou falhas do mecanismo da marcha e dos erros de treinamento (superfície da corrida) costumam dar bons resultados.

Nos demais casos se houver uma diminuição da força muscular, o que ocorre sempre nos processos crônicos, deve-se iniciar a tonificação com exercícios resistidos e de facilitação neuroproprioceptiva.

Thompson (1994) refere que a aspiração onde a bursa constitui um problema pode ser uma boa solução, sendo que uma injeção de cortisona pode ser aplicada para reduzir a inflamação.


PARA PREVENIR. O treino consciente é sempre a melhor prevenção de lesões de um atleta. O bom preparo fÍsIco, respeito aos limites pessoais e o equilíbrio muscular adequado são fundamentais para que a atividade seja praticada de maneira saudável.

Se tiver um treinador, procure informá-lo sobre qualquer sintoma de dor ao movimento ou à palpação na região lateral do quadril. Apresente também o seu histórico de lesões, quedas, traumas, cirurgias e dores de qualquer natureza, para que ele possa planejar o seu treino, adotando as precauções necessárias.

Qualquer lesão tratada no início tem maior chance de cura, menor tempo de tratamento e permite que o atleta possa voltar a sua atividade com segurança.










Bursite em corredores


Atrito entre osso, tendão, pele e calçados causa desgaste e, por conseqüência, a bursite. Saiba como se prevenir ou tratar o problema



Por Glauber Alvarenga*

As bursas, ou bolsas sinoviais, podem ser definidas como cápsulas protetoras preenchidas com líquido sinovial e estão presentes em áreas de maior atrito do corpo, entre tendões, ossos e músculos.

A bursite se dá quando ocorre uma inflamação dessas bursas e são várias as causas que podem provocar esse processo inflamatório, tais como: traumas diretos, lesões por overuse, ou seja, esforços repetitivos como nos esportes, infecções, doenças reumaticas entre outras.

Em atletas praticantes de corrida, as lesões acometem com grande freqüência os membros inferiores, tanto os quadris como joelhos e pés. Essas lesões podem ocorrer por diversos motivos e poderiam ser evitadas com algumas atitudes preventivas e orientações feitas aos atletas que estão iniciando a vida esportiva. desequilíbrios musculares e a falta de alongamento e aquecimento pré-atividade são fatores que podem levar o atleta a apresentar lesões, além de fatores extrínsecos como calçados inadequados.

Algumas das lesões muito freqüentes em corredores são:

- Bursite Trocantérica: Apresenta-se por uma dor na região lateral do quadril e pode ser causada por um desequilíbrio entre os músculos do quadril, região quem que músculos importantes na estabilização dessa articulação, como o glúteo médio, encontram-se enfraquecidos e o encurtamento dos músculos, como os isquiotibiais, banda iliotibial (região lateral) e adutores, também podem influenciar na sobrecarga que a região do quadril.

- Bursites Pré e Infra-patelares: Localizadas na região anterior do joelho, são comuns em diversos esportes alem da corrida. Além da dor local, também pode haver queixa durante o movimento de flexão e extensão extrema com resistência do joelho.

- Bursite do Calcâneo: Caracterizada por dor na região posterior do calcanhar, pode ser secundária ao esporão calcâneo e a tendinite de Aquiles e manifesta-se não só durante a corrida, mas também durante caminhas mais longas.

O tratamento das bursites pode ser dividido em duas fases:

- Fase Aguda: Nessa fase o objetivo é controlar a dor e a inflamação e, além dos medicamentos indicados pelo médico, a fisioterapia poderá ser útil com aparelhos e meios físicos proporcionem analgesia e conforto ao paciente. O repouso da atividade física nessa fase e importante.

- Fase Crônica: Nessa fase a reabilização é voltada para o reequilíbrio muscular com o intuito de evitar recidivas. São muito comuns em atletas lesões crônicas por falta de tratamento adequado e a dor é combatida com medicamentos, mas o problema não é tratado de maneira completa e retorna conforme os atletas retornam as atividades.

Grande parte dessas lesões podem ser evitadas se o atleta realizar o trabalho preventivo com aquecimento pré-atividade, alongamentos, fortalecimento dos músculos da perna como glúteos, quadríceps, adutores, isquiotibiais e panturrilha, Além de orientação do treinamento feita por um profissional capacitado.

Boa Corrida!

* Glauber Alvarenga é fisioterapeuta esportivo do Instituto Vita e especialista em reabilitação músculo-esquelética da Santa Casa de São Paulo


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