terça-feira, 5 de outubro de 2010

Uma única sessão de massagem é capaz de melhorar a imunidade, mostra estudo

Pesquisadores do departamento de psiquiatria e neurociências do Centro Médico Cedars-Sinai, em Los Angeles (EUA), descobriram que uma simples sessão de massagem é capaz de melhorar a imunidade de uma pessoa.

Segundo os pesquisadores, cerca de 9% dos adultos que residem nos EUA passaram por ao menos uma sessão de massagem no último ano. "As pessoas sempre buscaram a massagem como parte de uma vida saudável, mas até agora não havia provas de que a terapia pudesse melhorar a resposta imunológica", explica Mark Rapaport, médico responsável pelo departamento.

A pesquisa avaliou dois grupos: um deles, com 29 pessoas, foi submetido a 45 minutos de massagem sueca (parecida com a massagem clássica ou relaxante que conhecemos no Brasil) e o outro, de 24 pessoas, recebeu apenas toques leves no corpo. Todos os participantes tiveram amostras de sangue coletado cinco minutos antes da sessão, e 5, 10, 15, 30 e 60 minutos após a massagem.

O grupo que recebeu a massagem sueca apresentou, entre outras alterações, mudanças significativas no nível de leucócitos (glóbulos brancos do sangue) e uma redução nos níveis de cortisol, o hormônio do estresse.

O estudo será publicado na edição de outubro do Journal of Alternative and Complementary Medicine.


quinta-feira, 12 de agosto de 2010

"Síndrome do Bumbum Sarado" (Síndrome do Piriforme)

Por Bianca Trentine.

As lesões esportivas são comuns e específicas de acordo com a natureza do esporte. A corrida, por exemplo, o toque repetido do pé no solo transfere as forças mecânicas dos membros inferiores até a coluna. E se algo não está harmônico neste “caminho das forças”, as lesões podem aparecer com mais freqüência.

Quando falamos em lesões pensamos logo nas que são causadas pelo esporte ou atividade física. Porém, também existem lesões que são decorrentes de nossas atividades do dia-a-dia ou pela junção de maus hábitos posturais e esporte.
 
É o caso da Síndrome do Piriforme, que é uma patologia que pode acontecer por associação de fatores presentes no nosso dia-a-dia e também na prática esportiva. Estou na área há 10 anos e nunca tinha ouvido falar neste termo, até acontecer comigo e precisar me afastar várias vezes de minhas atividades por causa de uma dor constante no glúteos.

Mulheres que exercitam excessivamente os glúteos em busca de um bumbum perfeito estão mais sujeitas a apresentar esta patologia que é “pouco comum, mas que tem uma incidência aumentada em mulheres entre 20 e 50 anos que malham com muita intensidade os músculos da região das nádegas e coxas”, segundo o Dr. Ricon Jr, diretor do Centro Ortopédico de Ipanema, especialista em quadril.

A Síndrome do Piriforme é o resultado do encarceramento do nervo isquiático, ou ciático, como é mais conhecido, pelo músculo piriforme, na sua saída da pelve para a região glútea. “O piriforme é um músculo em forma de pêra que se situa na região do quadril.

Quando cresce muito, ou seja, é hipertrofiado, o piriforme comprime e inflama o nervo ciático, o que provoca muitas dores e complicações. Em academias, deve haver muitas mulheres que sofrem da doença sem saber. Elas só se dão conta quando o problema se agrava”, diz Ricon.

Para conquistar um contorno bem-acabado, muitas brasileiras fazem o possível, e mais um pouco: fortunas em cremes milagrosos, dolorosas injeções, massagens das mais intermináveis opções – sem contar as toneladas de peso erguidas nas academias numa coleção de posições um tanto quanto “desconfortáveis” e para algumas mulheres até constrangedoras.

Mesmo orientando e chamando a atenção sobre o exagero nos exercícios, sempre tem aluna que desobedece, principalmente se tratando do glúteos. Neste caso estou direcionando o assunto para esta região, mais o excesso de exercícios e cargas parte em sua maioria dos homens.


Na verdade, livrar-se do acúmulo de gordura no bumbum não é nada fácil, e empiná-lo de uma hora para outra é impossível. Essa parte do corpo é a segunda maior vítima da lei da gravidade na anatomia feminina, precedida apenas pelos seios – sendo que esses levam a vantagem de poder ser corrigidos por sutiãs turbinados ou, mais drasticamente, pela cirurgia plástica. Já o implante de silicone nos glúteos, recurso mais comum, tem um pós-operatório dolorido e não funciona bem na maioria das pacientes.

Restam a musculação e a ginástica localizada, ambas exercitadas em posições não naturais, justamente porque têm de trabalhar uma musculatura pouco solicitada no dia-a-dia. Se bem-feitas, funcionam, mas o risco de lesões é alto.
Mas não vá achando que é uma patologia só de mulheres que treinam o glúteos pesado, veja outras situações que podem causar a Síndrome do Piriforme.
  • Muitos ciclistas (isso inclui os praticantes de spinning), triatletas e corredores apresentam esse tipo de patologia porque o Músculo Piriforme encontra-se encurtado levando a uma compressão do nervo. A posição na bicicleta e o tipo de corrida (ex.: treinos de subida) são alguns dos fatores.
  • Também pode ser causada por trauma no local (cair sentado, por exemplo), hiperlordose (nas grávidas principalmente), e hábitos posturais não saudáveis (como ficar muito tempo sentado e dormir em posição fetal). Manter a postura sentada por longos períodos, principalmente com a coxa em rotação externa (como ao dirigir) diminui o aporte sanguíneo para a região do músculo e altera a fisiologia do piriforme (e dos músculos próximos a ele também) e provoca encurtamento muscular, a falta de alongamento irá contribuir para que a musculatura envolvida fique ainda mais tensa e piore os sintomas.
  • No caso de pronação excessiva, o membro inferior sofre uma rotação excessiva, o que sobrecarrega a tíbia, joelho, quadril e coluna. Por isso é importante a utilização de calçados adequados para o tipo de pisada.
  • Quem anda e principalmente corre com a ponta do pé muito aberta, para fora (tipo dez para as duas) tem mais chances de inflamar o piriforme, pois fica o tempo todo estimulando o músculo na sua função, que é rodar a coxa para fora juntamente com o pé quando o joelho está esticado.
  • O aumento rápido na intensidade ou duração dos treinos pode contribuir para o aparecimento da síndrome por sobrecarga do piriforme. Traumas diretos podem provocar edema na região do piriforme ou causar uma tensão e conseqüente compressão e irritação do nervo ciático.
  • Um desequilíbrio muscular entre os rotadores internos e externos do quadril, como no caso de rotadores externos mais fortes que os internos, contribuem para encurtar o piriforme, além de desequilíbrios da pelve. Os distúrbios na biomecânica dos membros inferiores e coluna, incluindo distúrbios na marcha, vícios (maus hábitos) e alterações posturais também podem causar a síndrome.
A “Síndrome do Bumbum Sarado” ainda é muito mal diagnosticada e sua prevalência, de acordo com o ortopedista Ricon Jr., deve estar subestimada. “Muitas pessoas e mesmo médicos confundem a Síndrome do Piriforme com outros problemas do quadril”, afirma. O diagnóstico deve ser feito por intermédio de exames clínicos, associados, dependendo do caso, a exames complementares como ressonância magnética, ultra-sonografia, radiografia e eletroneuromiografia. A doença costuma ser confundida com bursite, lombalgia, tendinite dos flexores da coxa e ciatalgia.
Estudos americanos mostram que 2,5% das lesões relatadas por praticantes de esportes são na região dos quadris. Em atletas, o número pode subir para 9%. Algumas são leves e de fácil recuperação. Em outras, a cura pode demorar meses, como na síndrome do piriforme. Nas academias, recomenda-se não abusar das repetições e alongar os glúteos antes e depois das atividades.
A busca por glúteos perfeitos tem de ter limites, a real é que as pessoas estão esquecendo a verdadeira essência da atividade física, deixando que padrões impostos pela sociedade interfiram até em suas funções motoras por exemplo. Ouço cada coisa pelas academias por ai. Já ouvi até “travada mais sarada”. Só quero ver se travar de vez… Por mais atraente que seja a perspectiva de um bumbum em forma, exagerar na carga pode render semanas sem exercício algum.
Segundo Ricon, os sinais clínicos mais comuns da Síndrome são: dores nas nádegas próximas ao fêmur quando caminha e se interrompe a caminhada de repente; dores provocadas por movimentos simples como se levantar e se sentar; dores ao se esticarem as pernas na posição deitada; dores ao se praticar uma atividade física mais intensa; e atrofia glútea, dependendo da duração dos sintomas. “As dores podem aumentar até chegar ao ponto de incomodarem durante o sono, mesmo com a pessoa deitada, em repouso”.
Como tratar:
O tratamento da Síndrome do Piriforme inclui analgésicos, antiinflamatórios, injeção local de anestésicos e corticóides, injeção de botox, massagem transretal, acupuntura(que tem como principio aumentar as endorfinas fisiológicas do nosso corpo para que possamos tolerar um nível maior de dor), aparelhos como ultra-som e TENS para o alívio da dor e formigamento/dormência e para remover metabólitos e tecido cicatricial (evita fibrose), além de acelerar a resolução da lesão.
A aplicação de gelo deverá ser feita para diminuir a dor, pois o gelo tem efeito analgésico e antiinflamatório. Pode ser feito da seguinte forma: coloque várias pedras de gelo num saco plástico e amarre. Coloque este saco dentro de um tecido fino e úmido e coloque na região glútea, mantendo por 20 minutos. Repetir 3 vezes por dia e não tomar banho logo após a aplicação, para não interromper o efeito do gelo.
Os exercícios devem ser iniciados assim que houver algum alívio da dor, de acordo com o quadro apresentado pelo paciente. Os alongamentos devem ser feitos no início de forma leve e os fortalecimentos devem ser introduzidos gradualmente.
Todos os músculos envolvidos, além do piriforme, devem ser alongados e fortalecidos para que funcionem em harmonia sem causar nenhum transtorno ao atleta no futuro.
O retorno ao esporte deve ser um processo gradual. O tempo de retorno dependerá da extensão da lesão e do nível de atividade praticada.
“Infelizmente, a Síndrome do Piriforme não costuma ser tratada adequadamente devido às dificuldades de diagnóstico. Com o crescimento vertiginoso do número de praticantes de esportes e de exercícios e com o “culto do bumbum perfeito”, muito forte em nossa cultura, a doença tende a atingir um número cada vez maior de mulheres”. Ricon.
Veja algumas dicas de prevenção
Pratique suas atividades com moderação, tudo em excesso vai te prejudicar de alguma forma. Seu corpo tem um limite e ele deve ser respeitado. Sobrecarga correta, recuperação correta, alimentação correta. Tudo sob controle, isso é o ideal para tudo e para todos. CONTROLE.
  • Não exagere na carga de exercícios para os glúteos;
  • Alongue os glúteos freqüentemente;
  • Mulheres que não têm os glúteos e nádegas naturalmente desenvolvidas estão mais propensas, pois irão aumentar muito de volume a musculatura podendo levar à compressão do nervo ciático;
  • Nos exercícios com quatro apoios, contraia o abdômen e não force a coluna ao elevar a perna;
  • Ficar sentada o dia inteiro e malhar muito aumenta as chances de se desenvolver a Síndrome;
  • As próteses de silicone podem teoricamente facilitar o aparecimento da Síndrome, pois são colocadas por sob os glúteos;
  • Fique atenta caso sofra uma queda sentada sobre a nádega que deixe um hematoma na região glútea. Este deve ser muito bem cuidado para não deixar seqüelas, pois pode levar à Síndrome do Piriforme.
  • Procure um especialista em quadril em caso de dor que persista por mais de três semanas;
Fontes: www.corpoemfoco.com.br
www.atual.wordpress.com
www.veja.abril.com.br
www.clinicadoquadril.com.br
www.TotalSport.com.br
Alessandra Arkie e Kenia Guerra Baumann (fisio-rpg@uol.com.br)
The Sports Physical Therapy Institute Medicine

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Matéria sobre suplementação - Creatina



Com a Liberação do uso de Creatina como suplemento alimentar no Brasil, venho através deste blog passar mais informações sobre este suplemento.
O que é a Creatina?
A creatina, também conhecida como ácido acético metilguanidina, é uma amina nitrogenada, formada no fígado, rins e pâncreas a partir dos aminoácidos glicina, arginina e metionina. Nosso fígado tem a habilidade de combinar estes três aminoácidos e transformar em creatina. Neste caso, ela tem origem endógena.

A outra maneira de conseguir creatina é através da nossa dieta, podendo ser encontrada na carne vermelha e no peixe, e também pode ser consumida na forma de suplementos em pó e em xarope. Neste caso, ela tem origem exógena.
Cerca de 95% a 98% da quantidade total de creatina que temos no nosso corpo está contida no músculo esquelético, com as fibras do tipo II (fibras que geram grandes quantidades de força), possuindo grandes níveis de creatina e de utilização da mesma. O resto (2-5%) está estaca em várias outras partes do corpo, incluindo cérebro, coração e testículos.
Como a Creatina age?
Para entender como a substância age, é preciso compreender o mecanismo de uma molécula chamada ATP (adenosina trifosfato). Quando nossos músculos precisam de energia para fazer algum movimento, um desses três fosfatos é utilizado. A função da creatina é recuperar esse fosfato para formar um novo ATP. Ou seja, "ela favorece a recuperação desse combustível muscular", explica a nutricionista Marcia Daskal, que defendeu tese de mestrado sobre suplementos alimentares pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Como suplementar?
Várias estratégias têm sido utilizadas para aumentar as quantidades de Creatina. Um protocolo coerente é o proposto por Hutman, 1996, que sugere uma dose inicial de 20g/dia de Creatina por um período de seis dias, seguida de uma dose de 3-5g/dia de Creatina.

Estudos indicam que a ingestão de Creatina junto ao carboidrato aumenta o conteúdo de Creatina no músculo em 10% mais do que quando a Creatina é ingerida sozinha.
Possíveis efeitos colaterais
Em 1998 a Food And Drug Administration (FDA, órgão que controla todos os produtos alimentares vendidos nos Estados Unidos) publicou uma lista de 32 possíveis efeitos colaterais associados à suplementação com creatina. Entre eles estão relatos de diarréias, ansiedade, arritmias cardíacas, vômitos, cãibras e tromboses.

Os
autores dizem que os efeitos colaterais em longo prazo ainda são desconhecidos, mesmo os referentes ao câncer. E admitem que o consumo excessivo possa causar sobrecarga nos rins e no fígado: "a creatina se converte em creatinina, que em altos níveis age como uma toxina".

Por isso, eles desaconselham o uso ininterrupto da substância, principalmente por pessoas com problemas renais e grávidas, além de contra indicar o consumo por adolescentes e crianças.

Recomendações
Como há diversos estudos sobre a relação entre creatina e rins, mas as conclusões ainda não são claras, é melhor prevenir.

Deve-se procurar
consultar um médico ou nutricionista antes de ingerir qualquer suplemento alimentar, e lembrar sempre, que uma boa alimentação e um treinamento bem estruturado é o melhor caminho para atingir seus objetivos com segurança.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Exercício Pullover - Peitoral ou Costas?

(Click na imagem para ampliar)

Ativação Eletromiográfica do Exercício Pullover
Por Paulo Marchetti*

Cada vez mais, o treinamento de força (musculação), vem ganhando espaço no cenário mundial como um meio eficiente para a obtenção de índices ótimos de qualidade de vida, no que tange ao aumento da capacidade funcional ou mesmo à estética corporal desejada.

Entretanto, para a real obtenção de tais benefícios, faz-se necessário um entendimento ótimo tanto das variáveis que geram a alteração do estado fisiológico individual (carga de treino), como da melhor mecânica corporal para a otimização da ativação muscular específica.

Deste modo, o bom entendimento dos parâmetros biomecânicos de execução dos exercícios é de extrema importância para a redução dos níveis de lesão e para a obtenção do melhor rendimento muscular. Assim, entra em cena a ciência do treinamento, que vem auxiliar no entendimento e conseqüente otimização de tais variáveis, que por tanto tempo permaneceram dominadas pelo conhecimento empírico dos praticantes. 

A área intitulada neuromecânica auxilia na compreensão de como o sistema nervoso interpreta a ação articular (torque), e solicita a musculatura específica da forma mais eficiente e econômica possível.

Para isto, utilizamos uma técnica chamada eletromiografia, que quantifica a ação elétrica muscular por meio de eletrodos dispostos superficialmente nos músculos, definindo sua real participação nos movimentos estudados. O exercício pullover, então, foi escolhido como foco deste estudo, pois dentre os exercícios executados na sala de musculação, este é o que possui maior controvérsia quanto à participação dos diversos músculos, principalmente peitoral maior e latíssimo do dorso. 

Na literatura disponível atualmente, apenas um autor (Delavier, 2000) faz menção a tal exercício, entretanto, sua abordagem é simplesmente anatômica, o que diminui a confiabilidade em tais informações, quando se tem por base o pressuposto de que existe uma forte dependência neural na ativação muscular.

O estudo conduzido enfatizou a ativação eletromiográfica dos grupos musculares: peitoral maior e latíssimo do dorso, em uma tarefa dinâmica de baixa velocidade e utilizando como sobrecarga 30% da massa corporal do indivíduo. Baseado neste estudo observa-se uma maior participação (aproximadamente 50%) na ação muscular do peitoral maior em relação ao latíssimo do dorso. Obviamente, a ação de ambos é aumentada em ângulos articulares extremos em função da maior alavanca corporal e, conseqüentemente, maior solicitação por parte do sistema nervoso. Pode-se observar também, diferenças na fase concêntrica e excêntrica dos músculos estudados. Estudos neuromusculares relatam diferenças da ativação muscular nas diferentes fases do movimento, sendo a fase concêntrica a de maior ativação das fibras musculares (unidades motoras).

O presente estudo corrobora tais afirmações, pois se comprova uma maior atividade eletromiográfica na fase concêntrica do movimento. Pode-se concluir então, que o pullover é um exercício que solicita ambos os músculos, embora sua participação durante o movimento seja diferenciada e, nas várias fases de movimento, ocorre uma solicitação neuromuscular específica.

*Paulo Marchetti é Mestre em Educação Física, Especialista em Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício, Membro do Laboratório de Biofísica – EEFEUSP

quarta-feira, 10 de março de 2010

Diga não ao Ato Médico


Diga não ao Ato Médico. Acesse: http://www.atomediconao.com.br/

Entrevista com Manuel Sérgio Vieira e Cunha

Manuel Sérgio Vieira e Cunha: filósofo português
Entrevista do Jornal Estadao com o professor de José Mourinho. Sem nunca ter jogado bola, ele 'fez a cabeça' do técnico e é considerado por muitos treinadores como um grande mentor.
Por Paulo Favero
Em um certo momento da vida, os caminhos do técnico José Mourinho e do filósofo português Manuel Sérgio se encontraram. Um era um jovem rapaz de apenas 18 anos, começando a faculdade de Educação Física. O outro, um professor que questionava os preceitos básicos do curso e colocava dúvidas na cabeça dos alunos, coisa que um bom docente costuma fazer. Depois da universidade, cada um seguiu seu caminho.

Mourinho virou um dos treinadores mais bem pagos do mundo. Conquistou a Copa dos Campeões pelo Porto e os títulos nacionais em Portugal, na Inglaterra pelo Chelsea e na Itália com a Internazionale. E nunca se esqueceu dos ensinamentos e lições que teve. "Ele sempre me diz que eu fiz a cabeça dele", explica Manuel Sérgio Vieira e Cunha, que é reconhecido por muitos treinadores como um grande mentor.

Aos 76 anos, ele garante que nunca jogou bola. "Só na brincadeira", conta. Mas a paixão pelo futebol começou cedo, e principalmente pelo viés acadêmico. Ele costuma conversar com muitos técnicos, dá indicação de bibliografia e é fã confesso de Luiz Felipe Scolari. Para ele, Felipão reúne todas as condições de um vencedor. "São três características para ser um grande treinador: ser líder, saber ler o jogo e saber comunicar para motivar", explica o filósofo.
Como você conheceu o José Mourinho?Eu dava aula de Filosofia das Atividades Corporais em 1981 e ele foi meu aluno. Na época diziam: para ter saúde, corra! Então eu falei que o professor de educação física é um especialista em humanidade. Até hoje o Mourinho diz que eu fiz a cabeça dele. Mostrei que não é só o corpo que está em questão, é a mente. Isso mexeu com ele. Mas eu nunca lhe ensinei futebol.Você ainda mantém contato com ele?Agora nos falamos pouco, mas antes tínhamos um contato semanal. Há uma coisa que eu dizia e ele aprendeu: é o homem que se é que triunfa no treinador que pode ser. Ele é muito esperto. O que eu tinha de fazer, já fiz. E estou satisfeito por isso.O que vocês conversam?O Mourinho leu a minha obra. Na última vez em que nos encontramos, ele comentou que o futebol italiano era o mais complicado. Nas nossas conversas, abordamos vários assuntos. Não falando estritamente de futebol, eu falo de futebol. Houve um tempo em que a Educação Física acentuava muito o físico. Mostrei que ali não era o físico, era uma pessoa em movimento. Para saber de esporte, tem de saber mais do que simplesmente o esporte. Não é uma atividade física, é humana.
Você também conversa com outros treinadores?
Eu tenho contato com o Carlos Queiroz (técnico de Portugal), José Peseiro (treinador da Arábia Saudita), Jorge Jesus (comandante do Benfica). Outro dia, o próprio Jorge Jesus me perguntou como faria para saber se a metodologia que ele estava usando era correta. Eu fui buscar no Paul Feyerabend (autor do livro Contra o Método), que diz que tudo vale.
Como a filosofia pode ajudar a pensar o futebol?
A filosofia quer dizer que nada deixa de ser suscetível ao questionamento. Os governos não têm medo de quem faz esporte, têm medo de quem pensa. A filosofia quer chamar a atenção mostrando que o esporte serve para fazer homens, cidadãos.
Dá para explicar essa paixão mundial pelo futebol?
É um jogo com os pés, que nos aproxima mais dos animais. Não é por acaso que o Eusébio era chamado de pantera, o Ardiles era conhecido como o formiguinha, o Edmundo era o animal...
Você também é um crítico da educação física tradicional...
Não há educação física. Essa expressão só aparece com a divisão do ser humano em duas partes. Ninguém contesta o físico, o que se contesta é que sejamos tão físicos. Acho que temos de olhar para o esporte como uma ciência humana.
Como assim?
O primeiro fator de saúde é que a vida precisa ter sentido para nós. Não falo que correr faz mal, mas é preciso ser feliz. Estamos em um tempo que tudo passa depressa e que é para ser consumido. Temos de acreditar em valores para humanizar a vida.
Quais valores?
O futebol é uma mentira, não tem nada de educativo. Um salário como o do Cristiano Ronaldo é um atentado contra milhões de pessoas que não têm nada. No fundo, o futebol deve educar e quando critico um determinado tipo de futebol é porque acredito no esporte. Temos de politizar a prática esportiva e isso tem de aparecer na educação.
O que você achou da escolha do Brasil para ser sede da Copa do Mundo em 2014?Todos os brasileiros têm de entender que a Copa do Mundo vem ao Brasil porque o esporte é o desenvolvimento do ser humano como um todo. E é evidente que o Mundial traz prestígio para o Brasil. O futebol é o artigo de mais luxo que o País exporta.
Para concluir, quem será o campeão na África do Sul?
O Brasil é, contra qualquer país do mundo, favorito. E não digo mais nada.



Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100308/not_imp520923,0.php

Controle do Stress

Pare, pense e respire
Técnica de respiração ajuda no controle do estresse
Por Carolina Beu
Sente-se estressado? Então pare tudo o que está fazendo e simplesmente... Respire. É, isso mesmo! Para os adeptos da técnica de meditação criada pelo indiano Sri Sri Ravi Shankar, fundador da ONG Arte de Viver, a importância do ato de respirar está além da vital troca de oxigênio e dióxido de carbono com o meio ambiente. Por meio de exercícios que alternam o ritmo da respiração, o método de Shankar propõe a eliminação de toxinas do corpo e o combate dos sintomas da ansiedade e do estresse.
Conhecida como Sudarshan Kriya (do sânscrito Su = apropriada; Darshan = visão; Kriya = ação purificadora), a técnica advêm da tradição iogue, que ensina como utilizar a respiração para lidar com o controle das emoções. “Não temos a cultura de prestar atenção no modo como respiramos e, por isso, acaba que não utilizamos mais do que 30% de nossa capacidade pulmonar. A respiração é a ligação entre nossa mente e nosso corpo”, afirma Cristina Armelim, coordenadora regional da sede da organização em São Paulo.
Segundo Cristina, respirar corretamente significa limpar o interior do corpo. “Para isso, são feitos exercícios que dividem a respiração em três estágios: clavicular, torácico e abdominal. A técnica alterna diversos ritmos respiratórios para realizar a limpeza das células e leva a um estágio de repouso mental profundo, acalmando os pensamentos negativos e liberando as emoções”, explica a coordenadora. A prática do Sudarshan Kriya, quando seguida rigorosamente, é capaz de eliminar cerca de 80% das toxinas do corpo.
Além da redução do estresse, o método também é indicado para promover a melhora da saúde, estimular a criatividade e a autoestima. A lógica é muito simples. Quando somos acometidos por uma emoção o nosso ritmo respiratório muda: se estamos com raiva não respiramos do mesmo modo como quando estamos alegres. O Sudarshan Kriya propõe a inversão desses eventos, fazendo com que aprendamos a controlar a respiração primeiro, para daí sim lidarmos com a mente e as emoções. A ONG Arte de Viver contabiliza que cerca de 20 milhões de pessoas já foram beneficiadas pela técnica em todo o mundo.
Arte de viver
A Fundação Arte de Viver é consultora do Conselho Econômico e Social da ONU e seus trabalhos estão presentes em 152 países. O fundador Sri Sri Ravi Shankar, líder humanitário que tem inspirado e dirigido inúmeros projetos sociais e educacionais em todo o mundo, foi indicado recentemente ao Prêmio Nobel da Paz. Com o intuito de caminhar em direção a um mundo mais pacífico e sustentável, a instituição desenvolve programas de ação social e educacional que promovem os valores humanos na sociedade, fomentam o respeito às diferenças e a integração entre os povos.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Recupere-se das festas com saúde...

Nas festividades do Natal e Ano Novo, é comum comer mais do que o corpo precisa já que a variedade e quantidade de alimentos colocados à mesa é enorme. Após aproveitar toda essa comilança, é importante dar a seu corpo uma chance de se recuperar.

Depois dos exageros algumas dicas para atenuar seus efeitos. Não pule refeições, principalmente o café da manhã. Um suco verde é uma boa opção para iniciar o dia com disposição e energia. Bata a fruta de sua preferência, abacaxi, melancia, maçã, com couve, salsinha e sementes de linhaça.

Aumente o número e diminua o volume das refeições, ou seja, faça de 5 a 6 refeições diárias porém coma menos quantidade. Inclua pequenos lanches entre as principais refeições. Nessa hora frutas frescas ou secas são as melhores opções. A alimentação deve privilegiar os alimentos integrais, como arroz integral, quinua ou amaranto, ricos em fibras, para regularizar o funcionamento do intestino.

Aproveite para planejar refeições em que predominem frutas, verduras e legumes orgânicos. As saladas devem ser bem coloridas, desta forma, além de atrativas, garantem a variedade de oferta de nutrientes. Tempere com azeite extra virgem ou óleo de macadamia e salpique gergelim.

Para quem bebeu demais, o excesso de álcool provoca resseca, sede, dor de cabeça e náuseas. Para atenuar estes sintomas beba muita água, sucos orgânicos de frutas, água de coco, chás gelados, etc. Os chás de boldo, chá verde e dente de leão auxiliam no trabalho do fígado, melhorando o processo de desintoxicação.

Outra excelente opção é água de coco com polpa de clorofila, que além de hidratar e fornecer vitaminas e minerais, ajuda a desintoxicar o organismo.

Fazer uma sauna e uma atividade física como caminhada aumenta o gasto calórico e a eliminação de toxinas.


Assim você começa o ano com disposição e saúde! Tenha um Feliz 2010!

Flávia Morais - Nutricionista Mundo Verde franquia
Fonte:
http://www.mundoverde.com.br/BibliotecaArtigoDetalhe.asp?Id_Artigo=1674

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