sábado, 19 de novembro de 2011

Nova geração de adolescentes tem mais risco de doenças do coração

 




Segundo estudo, eles morrerão mais cedo por causa de hábitos não saudáveis

Um novo estudo revela que os jovens de hoje em dia estão mais propensos a morrer de doenças cardiovasculares em idade menor do que os adultos atuais. O estudo é da Northwestern Medicine, nos Estados Unidos. O resultado alarmante veio da análise do perfil de 5.547 crianças e adolescentes com idade entre 12 e 19 anos.

Dessas pessoas analisadas, muitas sofrem com altos índices de açúcar no sangue, apresentam obesidade e sobrepeso, possuem uma dieta ruim, não se exercitam o suficiente e fumam. Esses jovens representam uma amostra das 33.1 milhões de crianças e adolescentes dos Estados Unidos, e fazem parte do National Health and Nutrition Examination Surveys, analisados de 2003 a 2008.

Todos eles possuem uma dieta considerada terrível pelos pesquisadores, sendo pior até mesmo que a dos adultos. Elas eram ricas em sódio e em bebidas açucaradas, além de não incluírem frutas, vegetais, fibras ou proteínas magras o suficiente.

Mais de 30% dos garotos e 40% das garotas possuem altas taxas de açúcar no sangue, colocando-os em alto risco de desenvolver diabetes tipo 2. Ao todo, 35% dos adolescentes de ambos os sexos estão na faixa de obesidade ou sobrepeso. Apenas 38% das garotas possuem níveis de atividade físicos considerados ideais, sendo que, entre os garotos, o número sobe para 52%.

As moças também possuem taxas de colesterol pior do que os rapazes: apenas 65% delas possuem o nível ideal, comparado a 73% deles. Quase 25% dos adolescentes fumaram no mês anterior ao estudo. Quanto à pressão sanguínea, a maioria dos garotos e garotas (92,9% e 93,4%, respectivamente) está com a pressão sob controle.

Para os pesquisadores, o problema não é fácil de ser superado, pois envolve uma questão cultural muito forte, principalmente nos Estados Unidos, onde o estudo foi realizado. 

Coração das crianças sofre com a obesidade

Outro estudo realizado pela Faculdade de Fisioterapia da PUC-Campinas, com 45 crianças de nove a 11 anos de idade, separadas em grupos de não obesos, obesos e obesos mórbidos, comprovou que o desempenho cardiovascular de crianças é seriamente afetado pelos quilos extras.

Uma das descobertas está ligada à limitação durante as atividades físicas, o que pode gerar um ciclo vicioso, de acordo com o professor e pesquisador da Faculdade Mario Augusto Paschoal. "Crianças obesas mórbidas têm grande limitação cardiorrespiratória quando submetidas a esforços físicos se comparadas a crianças saudáveis da mesma idade. Esse aspecto faz com que as crianças obesas não pratiquem atividade física, devido à desmotivação, e isso as leva a engordar mais ainda e serem mais sedentárias, fechando o ciclo".

O estudo revelou também que as crianças obesas mórbidas atingiram apenas 48,7% do valor de consumo do oxigênio obtido no momento do pico do esforço físico se comparado ao atingido pelo grupo de crianças não obesas. "Para a saúde do sistema cardiovascular, é péssimo porque a obesidade leva à hipertensão arterial, diabetes e o desenvolvimento de doenças vasculares por causa do depósito de placas de gordura nos vasos, com risco futuro, muito maior, de infarto do miocárdio, por exemplo, e acidentes vasculares cerebrais, aumentando os índices de morbidade e mortalidade", explica Mario Augusto Paschoal.

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