segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Prático e versátil, treinamento suspenso conquista adeptos dentro e fora das academias
POR JORNALISMO PORTAL EF
Ideal para quem quer treinar fora da academia, acessório possibilita variados tipos de exercícios.
No final da década de 1990 surgiu um treinamento funcional que veio para revolucionar a vida de muito profissional de educação física: é o TRX®, treinamento suspenso que utiliza fitas que podem ser presas em qualquer local para realizar exercícios de força, flexibilidade, equilíbrio, estabilidade do core etc.
Desenvolvido por militares norte-americanos que precisam se exercitar em ambientes restritos, como o interior de um submarino, por exemplo, e aprimorado por uma empresa de fitness do mesmo país, o TRX® tem conquistado cada vez mais adeptos, principalmente entre os personal trainers, pois é muito fácil de ser carregado, tem baixo custo e, versátil, possibilita um treino completo até mesmo em ambientes como praia, praça, parques etc.
Treinamento suspenso melhora performance e resistência
Fisioterapeuta especializado em força e condicionamento, Pete Holman é o diretor de RIP Training da TRX® nos Estados Unidos e diz que embora o treino suspenso tenha sido desenvolvido por Randy Hetrick, militar de elite das forças armadas americanas para manter o condicionamento durante as missões, ele percebeu que os exercícios também podem ser usados para melhorar a saúde e o condicionamento de pessoas comuns ou até mesmo machucadas. “Da mesma forma, criei o Rip Training enquanto eu trabalhava com atletas de X-Games em Aspen para melhorar a força do core enquanto saltos e corridas de snow mobile, mas também percebi, como fisioterapeuta, que o treino funcional é uma ferramenta ótima para a reabilitação de joelho, ombro e costas. Assim, o TRX® é ótimo para todas as escalas de condicionamento, gente que tem como objetivo comum melhora a saúde e o físico como um todo, a performance e a resistência”, fala.
Treinamento suspenso tem contraindicação?
Marcio Fontana, personal trainer especializado em treinamento funcional, conta que não há contraindicação no treinamento de suspensão, exceto os casos típicos de pessoas com limitações físicas que não poderiam praticar outro tipo de atividade. Pessoas que procuram o treinamento funcional, que não gostam muito da tradicional musculação e adoram novidades se encontram entre aquelas que optam pelo TRX®.
“A maioria dos esportes inclusive usa o treinamento suspenso na preparação física. MMA, futebol americano, futebol; até as forças armadas - em especial nos Estados Unidos – usam muito porque é de fácil logística e pode treinar em qualquer lugar”, conta o personal trainer.
Thales Martins, master trainer do TRX no Brasil, conta que a técnica pode ser aplicada em qualquer esporte por justamente trabalhar todas as capacidades físicas. “Um atleta de tênis, além de ter músculos fortes e um bom condicionamento físico, precisa trabalhar movimentos durante uma partida”, explica, acrescentando que “para isso, o trabalho em suspensão é excelente porque fortalece a musculatura, trabalha rotações e utiliza o core o tempo todo”.
O diretor norte-americano cita ainda times de futebol como Liverpool e Manchester United, times de basquete como Miami Heat e L.A. Lakers e estrelas do UFC como Frankie Edgar e Brian Stann como praticantes do treino funcional suspenso. Dentre as celebridades que se renderam ao TRX® estão J.Lo, Bar Rafaeli, Juliana Paes, Paloma Bernardi, Janaina Jacobina e Deborah Secco.
A profissional de Educação Física Alessandra Dianin, professora da academia Bio Ritmo lembra que pessoas com problemas nos membros superiores podem ter alguma dificuldade para a realização dos movimentos, “mesmo assim, dependendo da lesão é possível fazer o exercício. Só não pode é esquecer de consultar um médico”.
Vantagens do treinamento suspenso
Alessandra conta que o treino suspenso permite liberdade na hora de escolher o local de treinamento, infindáveis combinações de exercícios, ajuda na motivação do aluno e o fato de poder ser um treino puxado - se o profissional souber montá-lo!
“Manter a mobilidade corporal e fazê-la bem é o objetivo número um desse tipo de treino funcional e uma vez que ele é alcançado, conseguimos expor o corpo a algumas melhorias saudáveis, como aumento da massa muscular, da força do core e da flexibilidade. Por usar apenas um ponto de ancoragem, o exercício traz estabilidade suficiente para treinar hipertrofia, mas instabilidade ideal também para desafiar o equilíbrio corporal e o desenvolvimento do core em todos os exercícios”, afirma Holman.
No TRX Rip Training, que é complementar ao treino suspenso, usa-se a “assimetria”, ou seja, assim que segura a fita de resistência, ela tenta rotacioná-lo de forma a mexer com o equilíbrio, o que força todos os músculos do corpo a trabalharem para garantir a postura e o equilíbrios corretos do corpo. “A rotação é comum nos movimentos do dia a dia, mas na academia costumamos fazer atividades no plano linear. Assim, um treino como esse melhora a capacidade de controlar as forças rotacionais para ajudar a estabilizar a coluna. São atividades físicas que tonificam e fortalecem os músculos do core, contribuindo para um físico atlético também”, cita Holman.
A empresa TRX® Training Brasil, que vende os equipamentos aqui no Brasil informa ainda que pessoas de todos os níveis de condicionamento – do sedentário ao atleta profissional que precisa de máximo desempenho – conseguem tirar proveito dos acessórios de treino suspenso. Além disso, eles pesam menos de 1 kg, o que facilita seu transporte para qualquer lugar, incluindo viagens.
Se ele se mostra vantajoso para os personal trainers, não deixa de ser atrativo também para as academias, já que pode ser usado em aulas em grupo, montando ciclos, exercícios no meio do treino, aulas exclusivas da modalidade etc. “Pode ser agregado dentro da musculação paralelamente aos treinos isolados compondo a série e também pode ser oferecido workouts curtos e express na musculação”, indica Thales.
Treino suspenso: intensidade controlada
O grande “segredo” do treino suspenso é o uso de tiras de náilon para criar resistência contra a gravidade. “Apesar de trabalhar alguns exercícios de isolamento muscular, que substituiriam a musculação, pelo fato de o aluno estar em suspensão acaba exigindo mais da musculatura estabilizadora, ou seja, do corpo inteiro. Também podemos tornar o treino mais ou menos intenso de acordo com a inclinação do corpo: quanto mais ereto, menos intenso e quanto mais paralelo ao chão, maior a intensidade e o gasto calórico do treinamento suspenso”, explica Fontana.
“Usamos o princípio do pêndulo. Se formos pensar como professores, é uma questão de física: calcular a inclinação e o nível de dificuldade. Por isso todo mundo pode fazer! Mexer com a velocidade de execução também pode facilitar ou dificultar o treinamento funcional”, conta Alessandra.
Mais comumente usado para a hipertrofia e resistência, os equipamentos de TRX® possibilitam a realização de centenas de exercícios desafiadores, o que acaba tornando a aula animada e instigante para o aluno. Além disso o treinamento de suspensão pode ser periodizado para o desenvolvimento constante do aluno dentro de um plano de treino e também pode ser usado na reabilitação já que a intensidade pode ser modificada: “na recuperação de uma cirurgia nas costas, por exemplo, os músculos estão fracos e não contraem na sequência correta para dar sustentação à coluna. O fato de trabalhar com tiras suspensas permite que consigamos assisti-lo no equilíbrio até que ele consiga tolerar movimentos lineares”, ensina o fisioterapeuta norte-americano.
A TRX Training informa, por meio de seu website, que o peso máximo recomendado para o uso do equipamento de treinamento funcional é de 158,75kg. Assim, recomenda-se cautela no uso em alunos obesos e, em caso de dúvidas, pode-se consultar a empresa para saber como proceder.
Profissional de Educação Física deve estudar sobre treinamento suspenso
Para poder trabalhar com treinamento suspenso é importante que o profissional de educação física busque aprender mais sobre o assunto. A TRX® Training Brasil oferece cursos de qualificação profissional que abordam a técnica, as posturas corretas, os riscos, a forma de ancoragem etc. A agenda e os valores podem ser encontrados diretamente no site da empresa. Holman conta que “os cursos aprofundam o conhecimento e a filosofia do treinamento suspenso, expandindo a seleção de exercícios e maximizando resultados”.
“O professor precisa conhecer bem os exercícios e treinar um pouco para sentir a diferença do treinamento. Não é melhor nem pior. Temos que usar todas as estratégias a nosso favor e isso vai depender do seu conhecimento e do objetivo do aluno”, complementa Alessandra.
“Por não conhecer como a ferramenta funciona, vejo muita gente cometendo erros por aí. Essa questão do corpo inclinado exige uma maior consciência corporal e tem gente que faz o exercício com a técnica errada, sem contrair a musculatura do core, deixando a coluna arquear excessivamente ou fazendo malabarismos desnecessários. Como exige muito da musculatura estabilizadora, se curvar o corpo de forma equivocada, com o tempo pode ser lesivo”, aponta Fontana. Holman concorda e lembra que constantemente vê pessoas flexionando, extendendo ou rotacionando a coluna durante os exercícios, sendo que a capacidade de mantê-la “neutra” ou na posição correta é essencial para desenvolver a força e manter a saúde desta parte tão delicada do corpo.
Sabendo usar, o treinamento funcional por suspensão pode ser usado inclusive com grupos, como circuitos, sendo que em cada etapa trabalha-se membro superior ou inferior, empurrar, puxar etc. “A maioria dos exercícios que você pode fazer em uma academia com máquina, pode fazer com o treino funcional. Consegue trabalhar o corpo inteiro só com as fitas”, diz Marcio Fontana.
Fonte: www.educacaofisica.com.br
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário