quarta-feira, 31 de outubro de 2012

FDA faz avaliação sobre dois novos medicamentos para controle de peso


FDA faz avaliação sobre dois novos medicamentos para controle de peso
The New England Journal of Medicine publica entrevista com o Dr. Jerry Avorn sobre a recente aprovação de dois medicamentos para perda de peso pelo Food and Drug Administration (FDA)Devido a uma complexa interação entre fatores genéticos, ambientais e culturais, a obesidade atingiu proporções epidêmicas nos Estados Unidos. As consequências adversas da obesidade para a saúde são múltiplas, envolvendo potencialmente todos os principais órgãos e contribuindo para a redução da qualidade de vida. O objetivo de todas as terapias antiobesidade é o balanço energético negativo. Medicamentos têm sido muito utilizados na tentativa de alcançar este objetivo, no entanto, o uso de promissoras medicações para a perda de peso tem sido abandonado por causa de efeitos tóxicos graves, tais como:

  • Aminorex causou hipertensão pulmonar.
  • Fenfluramina e a dexfenfluramina, valvulopatia.
  • Fenilpropanolamina, acidente vascular cerebral.
  • Rimonabanto, ideação e comportamento suicidas.
  • Sibutramina, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.
A remoção da sibutramina do mercado deixou o Orlistat como o único medicamento aprovado para o tratamento a longo prazo da obesidade.
Foi com essa história conturbada e a inegável necessidade de encontrar um medicamento eficaz e seguro para auxiliar a perda de peso, que o FDA aprovou recentemente duas novas drogas, complementares a uma dieta de baixa caloria e ao aumento da atividade física, para o manejo crônico da perda de peso em adultos obesos (definidos como tendo um índice de massa corporal ≥ 30 kg/m² ou adultos com sobrepeso que tenham IMC ≥ 27 kg/m²) com pelo menos uma condição médica coexistente relacionada à obesidade, tais como hipertensão arterialdiabetes mellitus tipo 2 ou dislipidemia.
Belviq (cloridrato de lorcaserin, da Arena Pharmaceuticals) é um agonista seletivo do receptor da serotonina (5-hidroxitriptamina) 2C (5-HT2C) no cérebro. O Qsymia (fentermina e topiramato de liberação prolongada, daVivus) é uma combinação de dose fixa de uma amina simpatomimética fentermina, que é um agente anorexígeno, e um medicamento antiepiléptico, o topiramato. Ambos os medicamentos reduzem o apetite e, em algumas pessoas, induzem um balanço negativo de energia.
Em um ano de ensaios clínicos controlados com placebo em que todos os participantes receberam instrução quanto à modificação do estilo de vida, o lorcaserin e a combinação de fentermina e topiramato mostraram preencher os critérios para uma perda de peso clinicamente significativa. E, em comparação com a administração de placebo, o tratamento com as medicações geralmente estão associados a alterações numericamente mais favoráveis em parâmetros cardiometabólicos e antropométricos (por exemplo, pressão sanguínea, HDL colesterol e a circunferência abdominal). Ambas as drogas também melhoraram os níveis dehemoglobina glicada em participantes com excesso de peso e obesos com diabetes tipo 2.
A princípio foram identificadas algumas preocupações de segurança sobre o lorcaserin, como um aumento daincidência de vários tipos de tumores em ratos - entre eles, os tumores mamários e do cérebro - e um desequilíbrio numérico na incidência de valvulopatia. A preocupação com o potencial de lorcaserin para aumentar o risco de câncer de mama em humanos diminuiu depois que os dados sobre os tumores mamários em ratos foram reavaliados por um painel de cinco patologistas independentes que, com quase unanimidade, categorizaram os tumores como menos malignos do que as leituras anteriores e iniciais. Um estudo clínico, demonstrando que apenas uma pequena fração da dose administrada de lorcaserin entra no sistema nervoso central, indicou que havia uma grande margem de segurança em seres humanos e as preocupações sobre os tumores cerebrais foram dissipadas.
Os medicamentos para perda de peso fenfluramina e dexfenfluramina foram retirados do mercado em 1997 por uma associação com valvulopatia cardíaca. Pesquisas subsequentes indicaram que a ativação de receptores nas células intersticiais cardíacas por medicamentos (5-HT2B) era menos provável que o mecanismo responsável pela valvulopatia. Com base nos dados ecocardiográficos de mais de 5.200 participantes que receberam lorcaserin ou placebo acima de um ano, o risco relativo de valvulopatia em participantes tratados com lorcaserin, em comparação com aqueles que receberam placebo, foi de 1,16 (95% intervalo de confiança, 0,81-1,67). Considerado isoladamente, o aumento de 16% no risco relativo devalvulopatia, embora não estatisticamente significativo, foi de alguma preocupação. No entanto, os dados obtidos em ensaios de receptores in vitro indicaram que lorcaserin tem uma seletividade muito maior para o receptor 5-HT2C do que para o receptor 5-HT2B e não deve, na dose clinicamente recomendada, esperar-se que ele ative o receptor de 5-HT2B. Por conseguinte, com base nos dados destes e de outros estudos, o FDA concluiu que é improvável que o lorcaserin aumente o risco de valvulopatia em seres humanos.
Preocupações potencialmente graves de segurança com a associação fentermina e topiramato de liberação prolongada incluíram teratogenicidade e elevação da frequência cardíaca de repouso. Dados preliminares que sugeriram que as mulheres que receberam topiramato durante a gravidez estavam mais propensas a terbebês nascidos com uma fenda orofacial foram corroborados por estudos farmacoepidemiológicos adicionais. Assim, a aprovação de fentermina e topiramato exigiu uma avaliação de risco e estratégia de mitigação (REMS). A REMS incluiu uma guia da medicação, uma brochura para o paciente e um programa de treinamento formal para os prescritores, os quais informavam os pacientes e prescritores do risco de teratogenicidade e sublinhavam a necessidade de mulheres com potencial reprodutivo usarem formas eficazes de contracepção. A REMS também permitia somente farmácias certificadas a dispensar esta medicação, além de melhorar a distribuição de materiais informativos para os pacientes e de maximizar a formação do médico.
O tratamento com fentermina e topiramato em doses de 7,5 mg e 15 mg/46 mg/92 mg foi associado a aumentos médios da frequência cardíaca de 0,6 batimentos por minuto (bpm) e 1,6 bpm, respectivamente, em comparação com o placebo. No entanto, os participantes do estudo tratados com estas doses apresentaram maiores reduções médias na pressão arterial do que os participantes que receberam placebo. Levando-se em conta a magnitude da perda de peso e as mudanças favoráveis na pressão arterial, o FDA concluiu que a relação risco x benefício foi positiva e apoiou a aprovação de fentermina mais topiramato de liberação prolongada. A bula do medicamento recomenda o monitoramento da frequência cardíaca e o não uso desta medicação em pacientes com história recente de doença cardíaca ou cerebrovascular, uma vez que o seu uso nestes pacientes não foi estudado.
Além das preocupações de segurança descritas acima, lorcaserin pode aumentar o risco de doenças psiquiátricas, cognitivas e levar a efeitos adversos serotoninérgicos. Fentermina e topiramato podem levar a efeitos adversos tais como aumentar o risco de acidose metabólicaglaucoma, doenças psiquiátricas e cognitivas.
O FDA reconhece que não há mais a aprender sobre essas drogas. Para garantir que outros dados relevantes sejam obtidos, a agência está exigindo que os fabricantes dos medicamentos realizem uma série de testes após a aprovação clínica. Um dos requisitos para ambas as drogas é uma avaliação rigorosa e de longo prazo sobre a segurança cardiovascular em pacientes com sobrepeso e obesidade.
O FDA está ciente da preocupação com o uso sem indicação de lorcaserin ou de fentermina com topiramato por consumidores que querem perder alguns quilos por razões estéticas, uma vez que estas drogas são associadas a riscos potencialmente graves e destinam-se a serem usadas por longo prazo. É importante que a sua utilização seja limitada a pacientes para os quais ela é mencionada. Além disso, os médicos e os pacientes devem seguir as recomendações das bulas relativas à resposta dos pacientes. Com base nas análises do FDA, foi determinado que, se depois de 12 semanas de tratamento com lorcaserin, um paciente não perdeu pelo menos 5% do peso corporal inicial, o uso do medicamento deve ser interrompido, uma vez que é pouco provável que ele vá atingir uma perda de peso significativa com a continuação do tratamento. De modo semelhante, se ao fim de 12 semanas de tratamento com fentermina e topiramato na dose de 7,5 mg mg/46, um paciente não perdeu pelo menos 3% do peso inicial, a droga deve ser descontinuada ou a dose deve ser aumentada. Se a última opção é escolhida e o doente não perder pelo menos 5% do peso inicial, durante um período adicional de 12 semanas de tratamento, o medicamento deve ser interrompido, uma vez que o paciente provavelmente não irá perder peso de maneira significativa com a continuação do tratamento.
Como ocorre com qualquer medicação recém-comercializada, pode haver benefícios e riscos associados ao uso de lorcaserin ou de fentermina e topiramato ainda desconhecidos. No entanto, com base nos dados disponíveis, o FDA determinou que estas duas drogas têm perfis favoráveis de risco versus benefício para o controle de peso em alguns pacientes obesos ou com sobrepeso.
NEWS.MED.BR, 2012. FDA faz avaliação sobre dois novos medicamentos para controle de peso. Disponível em: . Acesso em: 31 out. 2012.

sábado, 20 de outubro de 2012

Vídeo com portadores de leucemia já tem 135 mil acessos


Funcionários do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, incentivam a doação de medula óssea com uma ajudinha da internet

Publicado em 18/10/2012 | KAMILA MENDES MARTINS

Ao som do refrão “What doesn’t kill you make you stronger” (O que não te mata te faz mais forte – em tradução livre), do hit “Stronger”, pacientes, pais, médicos e funcionários do Hospital Nossa Senhora das Graças, em Cu­­ri­­tiba, fizeram um vídeo para estimular o transplante de medula óssea no Brasil. Publicado na última segunda-feira no Youtube, em menos de 48 horas ele já tinha sido visto por mais de 26 mil pessoas. Nesta sexta-feira (19/10) de manhã, mais de 135 mil acessos haviam sido contabilizados.
O refrão da música da cantora Kelly Clarkson é contagiante e, depois de assistir aos pacientes dançando, sorrindo e entoando a canção, é impossível ficar indiferente.

Quem teve a ideia foi Her­­mes Lima Ribeiro, voluntário no processo de transporte de medula óssea de outros países para o Brasil e irmão do hematopediatra do Hospital Nossa Senhora das Graças, Lisandro Lima Ribeiro. “Eu estava em Nova York justamente para trazer a medula coletada de um doador. Lá tocava essa música no rádio o tempo todo. Quando voltei ao Brasil, resolvi pesquisá-la na internet, e o primeiro resultado da busca foi um vídeo produzido pelo pessoal do Children’s Hospital em Seattle, feito pelas crianças lá internadas”, conta Hermes.

O irmão comprou a ideia, e os dois conseguiram o apoio da diretoria do hospital. Convencer pais, funcionários e pacientes a participar foi fácil. Com o objetivo de estimular as pessoas a serem doadoras de medula óssea e ao mesmo tempo mostrar que é possível encarar a doença sempre com alegria, eles abraçaram a causa e se tornaram atores por uma semana.


Disponibilidade
O doutor Lisandro ressalta que, além de conscientizar as pessoas sobre a importância de se tornar um doador, é importante entender que é essencial que permaneçam como tal. “Acontece muito de pessoas que estão enfrentando o problema na família se cadastrarem no banco. Porém, depois que o familiar se cura, elas desistem de doar para outros. Já houve caso de encontrarmos um doador 100% compatível que depois se tornou indisponível, impossibilitando o procedimento. Imagine a frustração.”
Gravações

As quatro noites de gravação foram um acontecimento na vida dos pacientes. “A rotina deles é de tratamento, de medicação, de consultas. O vídeo fez com que eles se animassem e se divertissem durante a produção”, diz o psicólogo do hospital José Roberto Figueiredo Palcoski. “Notamos uma melhora da autoestima, da aceitação ao tratamento e a permanência no hospital. Há pacientes que chegam a ficar internados por 40 dias.”


Para a estudante de Odon­­tologia Isabella Matu­­moto, de 19 anos, o vídeo foi especial. Ela descobriu que tinha leucemia há quatro anos e, durante três, fez o tratamento. A doença entrou em estado remissivo e por 10 meses a garota não precisou tomar medicamentos. Mas o problema voltou e agora ela terá de fazer um transplante de medula óssea. Como ninguém de sua família era compatível, foi preciso recorrer ao Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Felizmente ela já encontrou alguém que poderá salvar sua vida. “Eu não sei nada sobre essa pessoa. Mas já a amo muito. Como diz o ditado, ela está fazendo o bem sem olhar a quem.”

As lutas da vida real

Brincadeira

Em dezembro de 2011, Matheus Steilein Trevizani (foto), com 3 anos na época, começou a sentir fortes dores na perna. Após uma ressonância magnética, células de câncer foram encontradas. A mãe, Jaqueline, conta que em quase um ano de tratamento o menino jamais deixou de brincar, de correr ou de sorrir. “Ele é cheio de energia, de alegria. Encarou tudo como uma brincadeira.” Segundo ela, o vídeo mostra a importância de ser um doador. A dificuldade de encontrar alguém compatível fora da família é muito pequena. Quanto mais pessoas cadastradas como doadores, melhor.”

Careca

Isabella Matumoto, 19 anos (foto), encontrou no banco de doadores de medula óssea alguém compatível com ela e em breve poderá passar pelo procedimento. Ela não sabe seu nome, endereço, raça, idade ou sexo, mas espera que em dois anos (tempo em que nem doador nem receptor podem entrar em contato um com o outro) possa conhecê-lo. Ela havia decidido não participar do vídeo por não ter “assumido” a careca. Seu pai, Francisco Matumoto, resolveu substituí-la e ela se emocionou. “Agora vejo minha careca e tenho orgulho. Espero que o vídeo ajude muita gente”, conta.

Nossa missão é ajudar

Gabrielli Folle, 12 anos - Com 80% de chances de cura por meio do tratamento quimioterápico, que deve durar dois anos, Gabrielli Folle, de 12 anos, encara a luta com muita força e coragem. A mãe dela, Fabielli Folle, ainda não descartou a possibilidade de a menina ter de realizar o transplante no futuro, mas elas acreditam que é possível sim conscientizar as pessoas da importância de se tornarem doadoras. “Essa luta não é fácil. É preciso ficar atento a qualquer probleminha que ela tenha, como febre, alguma dor, até picada de mosquito pode se tornar algo muito grave. Mas nós acreditamos que estamos nesse mundo para ajudar o próximo. Assim, podemos fazer a diferença”, diz a mãe. E participar do vídeo foi um oportunidade para que elas ajudassem a tocar o próximo a fazer o bem. “[A sensação de ter participado] é incrível. É emocionante. Fico quase sem palavras. Muitas pessoas nem sabem que é possível ter esse ato de amor. Antes de eu passar por isso, também não sabia. Agora quero ajudar a divulgar”, conta a menina. “Acredito que muitas pessoas vão ver o vídeo, se emocionar e sentir que devem doar medula para salvar uma vida.”

Dois objetivos

Daniel Ansay, 30 anos - Após passar a sentir muito cansaço, Daniel Ansay, 30 anos, decidiu começar a praticar exercícios para melhorar seu condicionamento físico. Quando fez os exames recomendados, a leucemia foi detectada. Depois do choque inicial, Daniel passou a fazer o tratamento quimioterápico, hoje a doença já está controlada e ele recebeu alta. Mesmo não tendo precisado de transplante de medula, seus quatro irmãos fizeram os testes de compatibilidade e nem um poderia ser doador. Isso significa que, se no futuro ele tiver de fazer um transplante, precisará encontrar alguém cadastrado no banco de medula óssea. “Quando me convidaram para participar do vídeo, eu já estava em alta, mas aceitei na hora. Essa foi uma grande oportunidade para duas coisas: a primeira mostrar para quem sofre com o problema que há outras pessoas na mesma situação e estão lidando com isso sempre com muita força. E a segunda foi divulgar a importância de ser um doador de medula.”

A ajuda veio da Alemanha

Noah de Brito Nadalini, 1 ano e 3 meses - Aos 10 meses de idade, Noah de Brito Nadalini foi diagnosticado com leucemia. Como seu caso era grave, o bebê precisava o quanto antes de um transplante de medula óssea. Felizmente, em apenas quatro meses veio a notícia de que havia um cordão umbilical compatível na Alemanha. O material veio para o Brasil, e há três semanas, pouco tempo depois de Noah e seus pais terem participado das gravações do vídeo, ele foi submetido ao transplante. “Fizemos questão de participar do vídeo com o Noah. Nós já temos um blog, no qual divulgamos toda a história dele e incentivamos as pessoas a serem doadoras. Muita gente conta que depois que leu o blog resolveu se cadastrar no banco de doadores de medula óssea”, diz a mãe dele, Camila Brito Nadalini. O menino agora está bem, mas continua internado de forma isolada porque sua imunidade está muito baixa. “Por enquanto só meu marido e eu ficamos com ele. Os cuidados são muito intensos nessa fase, mas acredito que em três semanas possamos ir todos para casa.”


segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Exercício pode ajudar pacientes com câncer a ter mais qualidade de vida

Data do artigo: 12 de outubro de 2012

Um estilo de vida que inclui a atividade física pode ser benéfica para todos praticamente, não importa a sua idade, e como especialistas já sabem, mesmo que tenham câncer. Ao mesmo tempo, pacientes com câncer, especialmente nas fases avançadas, foram muitas vezes recomendados por seus médicos a descansar e limitar o seu exercício. Mas novas pesquisas têm demonstrado que o exercício não só é seguro e possível durante o tratamento do câncer, mas que também podem reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
A maioria dos pacientes com câncer que recebem quimioterapia e radiação tem fadiga, um cansaço grave que não melhora com o descanso. Isso muitas vezes leva a uma falta de atividade física, que por sua vez provoca fraqueza muscular e diminuição da amplitude de movimento. Iniciar um programa de exercício pode quebrar este ciclo, reduzindo a fadiga e ajudar os pacientes realizar atividades diárias normais. Sempre verifique com seu médico, no entanto, antes de iniciar qualquer rotina de exercícios, para se certificar de que é seguro para você.

Como o exercício pode ajudar

  • Melhorar o equilíbrio
  • Fortalecer os músculos, ou manter a massa muscular
  • Diminuir o risco de doença cardíaca
  • Diminuir o risco de enfraquecer os ossos
  • Diminuir o risco de coágulos de sangue
  • Diminuir a dependência de outras pessoas para executar tarefas diárias
  • Melhorar a auto-estima e menor risco de ansiedade e depressão
  • Diminuir náusea
  • Diminuir a fadiga
  • Ajuda a controlar o peso

Perguntas a fazer ao seu médico

Mesmo que o exercício é bom para a maioria dos pacientes com câncer, vários pacientes não recebem qualquer atividade física regular além de suas atividades diárias habituais. A pesquisa mostrou que os pacientes são mais propensos a exercer se eles têm instrução específica para fazê-lo de seu médico. Pacientes e seus cuidadores devem perguntar ao médico ou a equipe médica sobre o tipo de exercício que é certo para eles.
  • Perguntar se você tem algum fator de risco, ou estão se toma algum medicamento que possa interferir com um programa de exercícios.
  • Perguntar se está tudo bem para beber mais líquidos durante o exercício.
  • Pergunte se determinados tipos de exercícios são mais seguros ou melhor para você do que outros.
  • Pergunte se ele é seguro para você se exercitar acima de um nível moderado de esforço (cerca de tanto esforço quanto uma caminhada rápida).
  • Pergunte se existem quaisquer sinais de aviso que você deve procurar no exercício, o que indicaria que você deve parar.

Dicas para se exercitar com câncer

O objetivo do exercício durante o tratamento do câncer é para ajudar a manter a sua resistência, força, flexibilidade e capacidade de fazer as coisas que você precisa e quer fazer. As pessoas que foram utilizados para o exercício antes de serem diagnosticados com câncer, muitas vezes tem que reduzir a quantidade e a intensidade de seu programa. Pessoas que são novas para o exercício deve começar devagar e descansar com freqüência.
  • Fazer alguma atividade todos os dias, mesmo que seja apenas por alguns minutos.
  • Criar uma rotina diária, que permite que a atividade quando você está sentindo o seu melhor.
  • Tente incluir a atividade física que usa grandes grupos musculares (coxas, abdômen, peito e costas).
  • Tente incluir exercícios que utilizam resistência ou pesos leves.
  • Tente incluir trechos, o que aumenta sua flexibilidade e manter a sua amplitude de movimento.
  • Exercício moderado. Este não é o momento de realizar exercícios difíceis. Descanse quando você precisar.
  • A menos que você seja indicado o contrário, comer uma dieta equilibrada, que inclui proteínas, e beber muita água.
Mais uma vez, não se esqueça de falar com seu médico antes de iniciar qualquer nova rotina de exercícios.
Saiba mais sobre segurança exercitar durante o tratamento do câncer no documento, Atividade Física e do paciente com câncer .

Câncer de mama possui chances de cura se detectado no início



No mês de outubro acontece a campanha mundial voltada à prevenção do câncer de mama, o Outubro Rosa. Esta iniciativa partiu dos familiares da norte-americana Susan Komen, que teve câncer de mama aos 33 anos e faleceu três anos depois. Eles fizeram uma fundação com intuito de orientar as pacientes, investir em educação, rastreamento, diagnóstico, pesquisas e tratamento da doença.
O principal risco para o câncer de mama é ser mulher, mas a doença também pode ocorrer em homens. No entanto, a proporção de incidência é menor: um homem para cada 100 mulheres, característica que confirma que os hormônios têm relação íntima com o câncer de mama. A idade também é um fator influente para o aparecimento da doença. A partir dos 40 anos a incidência começa a aumentar, com pico entre 55 a 65 anos. O risco genético corresponde entre 5 a 10% dos casos e se expressam em pacientes mais jovens.
A prevenção primária tem relação, principalmente com estilo de vida da pessoa, como no controle do peso, especialmente na pós-menopausa, consumo de bebidas alcoólicas, alimentos e a realização de exercícios físicos. Para o ginecologista do H9J, Dr. Fabio Laginha, a adoção de hábitos saudáveis pode diminuir as chances de ter a doença em até 28%.
É no diagnóstico precoce que se encontra o maior percentual de cura. Para isto, é necessário investir na educação dos pacientes e profissionais da saúde. “O exame principal é a mamografia e deve ser feita na população em geral a partir dos 40 anos anualmente. Quando existem casos na família, o ideal é iniciar este rastreamento bem antes dos 40 anos. Os exames de ultrassonografia e ressonância magnética são necessários para complementar a mamografia”, alerta o médico.
O autoexame e palpação também são importantes e devem ser realizados para que a paciente se conheça e aprenda a avaliar as mudanças e características das mamas relacionadas aos ciclos menstruais e idade. Estes exames têm a função de fazer com que pacientes fora da faixa de idade comum de rastreamento possam perceber alterações. No entanto, estas práticas só detectam nódulos grandes que já não são mais considerados como diagnóstico precoce.
O câncer de mama é uma doença muito heterogênea e com diversos graus de desenvolvimento, característica que faz com que os tratamentos sejam diferentes para cada paciente, de acordo com idade e risco, que devem ser avaliados por uma equipe multidisciplinar. Os principais tratamentos são: cirurgias e radioterapia (para o controle local e regional da doença), quimioterapia, hormonioterapia (tratamento sistêmico) e as mais novas terapias alvos para tumores que expressam fatores de maior risco para a paciente. “A evolução tem sido concreta com cirurgias cada vez menos mutiladoras e mais conservadoras, quimioterápicos e radioterapia que causam menos sequelas e prolongam a vida das pacientes”, explica Dr. Laginha.
Para todo este conjunto de ações, do rastreamento ao tratamento, é preciso trabalhar em equipe multidisciplinar de médicos enfermeiras fisioterapeutas e psicólogos com educação continuada. A recuperação da paciente é possível e a principal medida é a descoberta precoce.

Não se esqueça, o câncer de mama tem cura!

Atividade Física reforça sistema imunológico contra o câncer

Pesquisa aponta que a prática de exercícios em pessoas saudáveis ou pro pacientes curados combate o aparecimento da doença



Por Globoesporte.com
Estados Unidos
Pesquisa realizada pelo Centro Médico da Universidade de Nebrasca, nos Estados Unidos, revela que a prática de exercícios físicos reduziu as chances de reaparecimento da doença em  pacientes curados de câncer através da quimioterapia. De acordo com os autores do estudo, a atividade física deixa mais forte os linfócitos T, células que pertencem a um grupo de glóbulos brancos do sangue que são os principais agentes da imunidade celular. Por conta dessa "força extra", as possibilidades de surgimento de algum tipo de câncer secundário caíram nos sobreviventes.
Para chegar a essa conclusão, a equipe de pesquisadores da instituição norte-americana, liderada pela doutora Laura D. Bilek, convidou um grupo de 16 ex-portadores de câncer para participar de um programa de atividades físicas com a duração de 12 semanas. Durante esse período, os voluntários curados através da quimioterapia seguiram um plano de atividades físicas elaborado para cada um, englobando exercícios cardiovasculares, de flexibilidade, postura e equilíbrio, além de força e resistência.

Ao fim do período de estudo, amostras individuais de sangue coletadas no início, durante e ao término da experiência foram comparadas, e os especialistas verificaram que grande parte das células que atuam no sistema imune tiveram seu processo de envelhecimento (conhecido como senescência) revertido, tornando-as mais eficazes no combate da doença e infecções.

Para a doutora Laura D. Bilek, a pesquisa não só enfatiza as vantagens do exercício para pacientes com câncer e sobreviventes da doença, mas também demonstra como ela pode beneficiar indivíduos saudáveis.


- Há uma longa lista de benefícios positivos do exercício. Se o exercício de fato fortalece o sistema imunológico e, potencialmente, melhora o combate ao câncer, isso é mais uma coisa que devemos informar aos pacientes, orientando-os a praticar regularmente uma atividade física, tornando isso uma prioridade em sua vidas - conclui Laura D. Bilek.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Exercícios durante o tratamento de leucemia podem amenizar os desconfortos


Segundo especialistas, não há efeitos colaterais

A prática de exercício físico pode ser uma forte aliada no tratamento da leucemia. Conhecida também como câncer de sangue, a doença debilita os pacientes e, muitas vezes, diminui a qualidade de vida. Para amenizar esse desconforto, a pediatra Beatriz Perondi e o educador físico Bruno Gualano, ambos do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), pesquisaram os efeitos da atividade física em pacientes de 6 a 18 anos e constataram a melhora da coordenação motora, da capacidade respiratória e o aumento da força muscular. A atividade interferiu também nos efeitos psicológicos. Após a prática, os pesquisados apresentaram menor cansaço, além de menos depressão e irritabilidade.

O estudo analisou, a partir de testes na esteira e do programa de musculação intensa, a capacidade aeróbia e de força dos pacientes com leucemia, em fase de manutenção da doença há mais de seis meses. Esse período é considerado o mais crítico. Os participantes, que praticaram atividade física duas vezes por semana, durante três meses, apresentaram aumento substancial de força: cerca de 50%.“Observamos melhora na qualidade de vida deles, sem qualquer evidência de efeitos adversos”, declara a pediatra. A médica ressalta ainda que a prática de exercício é recomendada ao longo dos dois anos de tratamento, período estimado de cura da doença.

Beatriz afirma que, durante o tratamento, é muito comum os médicos proibirem o exercício físico, simplesmente por acreditarem que o repouso é melhor, sem qualquer evidência científica que suporte a tese. Segundo a médica, essa atitude é um erro. “Se o exercício físico é bom para a saúde em inúmeras situações, para esse tipo de paciente pode ser também”, acredita. Já os familiares, com medo de agravar a doença, não permitem que os pacientes façam atividade para não se cansarem.

É o caso de Bruno Bezerra, 14 anos. Ele teve leucemia aos 2, e a família o impossibilitava de brincar com outras crianças e de ter contato com pessoas que não fossem os parentes e a equipe médica. A avó dele Maria Bezerra recorda que o menino ficava apenas em casa e que reclamava muito, por não poder sair. “A gente falava que era para o bem dele, mas ele, às vezes, não entendia”, diz.

Maria conta que, no intervalo do tratamento, quando Bruno apresentou melhoras, ela permitiu que o menino tivesse contato com pessoas diferentes. No entanto, o garoto contraiu catapora. “Ele estava tão debilitado que a doença foi forte, o deixando com sequelas”, afirma. Atualmente, há seis anos sem a doença, Bruno ficou com deficiência no ombro, nas mãos e nos pés. “Mas ele leva uma vida normal. Brinca, joga bola com os colegas”, diz Maria. Entretanto, a avó afirma que se a leucemia voltasse, não permitiria novamente o contato externo, para evitar o aparecimento de outros males.

Baixa imunidade

Especialistas ouvidos pelo Correio explicam que os pacientes ficam mais suscetíveis a doenças devido à queda na imunidade, o que não está relacionado à prática de exercícios físicos. De acordo com o onco-hematologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (Sobope), Claudio Galvão, a maioria das crianças desenvolvem leucemias agudas e, durante a maior parte do tratamento, a imunidade está comprometida em maior ou menor grau. “Em determinados momentos, é necessário transfusão de sangue ou de plaquetas”, explica. Por isso é que podem contrair doenças com mais facilidade do que as pessoas saudáveis.

A oncologista pediátrica Isis Magalhães, do Centro de Oncologia e Hematologia (Cettro), orienta que o paciente tenha uma alimentação saudável, procure frequentar ambientes abertos e evite contatos com indivíduos doentes, principalmente enfermidades infeciosas, como a catapora e as gripes. “A ocorrência de catapora ou varicela em crianças imunossuprimidas pode se manifestar de forma gravíssima, com comprometimento pulmonar e de outros órgãos internos”, atesta.

O educador físico Bruno Gualano, que participou do estudo da USP, conta que o exercício pode ser iniciado assim que for feito o diagnóstico da doença, justamente para que a criança possa suportar melhor a quimioterapia. “A ressalva é que a atividade deve ser feita por prescrição do médico e do educador físico que tenham conhecimento e experiência, para saber a dosagem ideal do exercício”, ensina. Bruno diz que os programas que englobam força, flexibilidade e exercícios aeróbios são recomendados para todas as idades. “As contraindicações são as mesmas para todas as pessoas, como febre, citopenia (baixa em alguma série hematológica), doença cardíaca não controlada e nefrite grave”, alerta.

Recomendável 

O incentivo à atividade física regular em ambiente adequado, sob orientação e respeitando os limites e a disposição da criança é altamente recomendável e certamente poderá contribuir para melhorar a qualidade de vida, dizem os especialistas. “Fazer com que os pacientes saiam do leito e caminhem será sempre benéfico. Porém, na fase da quimioterapia de manutenção, os pacientes estarão mais apropriados a um programa regular, como o proposto pela pesquisa”, acredita a pediatra Isis Magalhães.

A atividade física, explica o presidente da Sobope, pode ser praticada durante o tratamento, mas o profissional deve considerar o tipo de leucemia, a fase do tratamento e a idade do paciente. “O ideal é que a pessoa sempre pergunte ao médico quais são as limitações, pois isso pode variar no decorrer do tratamento”, diz. O médico explica que devem ser evitados os esportes de contato ou com alto risco de lesão, como o futebol, particularmente em relação aos pacientes com contagens baixas de plaquetas. “As plaquetas são responsáveis pela coagulação e podem estar baixas em determinadas fases do tratamento”, afirma. Outra ressalva é para a natação, pela facilidade em se adquirir infecções, por conta da queda da imunidade.

Claudio Galvão ressalta, ainda, que a prática de atividade física é recomendada a qualquer criança, e que os serviços de oncologia pediátrica oferecem terapeutas ocupacionais e recreacionistas, muitos com formação em educação física. “Dependendo da atividade, é verificado se a criança está com a imunidade e a contagem de plaquetas adequadas”, diz.

Confira a íntegra da entrevista com Isis Magalhães oncologista pediátrica do Centro de Oncologia e Hematologia (Cettro):

Pacientes leucêmicos, sobretudo crianças, podem praticar atividade física durante o tratamento? 

No inicio do tratamento, logo após o diagnóstico, as crianças apresentam dores ósseas ou articulares e palidez progressiva, o que leva à um estado de hipoatividade. Algumas até param de andar. Na admissão, grande percentagem deles tem musculatura hipotrófica e sem força. Pela anemia, a menor oxigenação dos tecidos faz com que eles se cansem mais facilmente. A primeira fase do tratamento de quimioterapia intensiva (fase Indutoria), visa induzir remissão, isto é, destruir as células leucêmicas na medula , até que seja possível “brotar “ células normais da própria criança. Esta é uma fase muito delicada, onde o risco de infecções graves e sangramentos incontroláveis podem acontecer. Uma estrutura pesada de médicos especialistas, de antibióticos de largo espectro e de hemoderivados, devem ser cuidadosamente disponibilizadas para apoiar o tratamento quimioterápico. Os efeitos colaterais da quimioterapia como náuseas, vômitos, neuropatia periférica, mucosites e perda de paladar alteram o humor e a disposição da criança. Ainda temos que considerar o imenso fardo emocional que o diagnóstico, as rotinas de coletas de exames, internações, transfusões, infusão de quimioterapia por via endovenosa, trazem sentimentos de medo, ansiedade e perda da liberdade. A vida familiar muda, os sonhos e programações são adiados. Estimular o lúdico e as atividades físicas é altamente positivo para crianças nessa fase. Com orientação e cuidados, para que seja respeitados seus limites, a atividade os ajudarão a minimizar os períodos de ansiedade, irritabilidade, além de possibilitar interação com outras crianças, num programa de atividade incentivada. 

A partir de que idade e de que fase do tratamento a criança pode praticar atividade física?

Respeitando os limites, incentivar que saiam do leito e caminhem, façam atividades físicas será sempre um benéfico. Porém, na fase da quimioterapia de manutenção, as crianças estarão mais apropriadas a um programa regular, como o proposto na pesquisa ora concluída. Nesta, um grupo de crianças adolescentes entre 6 e 8 anos, em tratamento de leucemia, foram submetidos à atividade física de musculação 2 vezes por semana, durante três meses, e se observou melhora da força muscular e qualidade de vida das crianças. 

Como fica o organismo dos pacientes/crianças leucêmicos durante o tratamento?

Na fase inicial, as crianças apresentam-se hipoativas, anêmicas, às vezes já com processos infeciosos instalados, algumas em estado grave, outras com estado geral comprometido. Os mecanismos de defesa próprios do organismo contra infecções estão interrompidos e o riscos de infecções oportunistas é muito grande. Assim, também há o risco de hemorragia, que deve ser regularmente monitorado. Nestas fases, deve-se evitar situações de risco para traumas e quedas. 

Durante o tratamento, existe alguma contra-indicação? 

Procuramos orientar alimentação saudável, com alimentos de preparo adequado e sempre cozidos. Preferência por ambientes abertos, evitar contatos com indivíduos com doenças infeciosas, como a catapora e gripes. Por exemplo, a catapora ou varicela, infecção comum na infância, na criança em tratamento para leucemia, que está imunossuprimida com seu sistema de defesa comprometido, pode vir a se manifestar de maneira gravíssima. A doença pode ter comprometimento pulmonar e de outros órgãos internos. O incentivo à atividade física regular em ambiente adequado, sob orientação e respeitando os limites e disposição da criança, é altamente recomendável, e certamente poderá contribuir para melhorar a qualidade de vida.

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