domingo, 12 de fevereiro de 2012

Saiba o que é Tendinite da Pata de Ganso

O que é a Pata de Ganso?

A pata de ganso é formada por três tendões que tem origem na tuberosidade isquiática e na sínfise púbica e se inserem na parte proximal na superfície medial da tíbia,.esses tendões são provenientes dos músculos:

                      -Sartório
                      -Grácil
                      -Semitendinoso

Esse complexo tem a função primária de flexionar o joelho e secundária de realizar a rotação medial, além disso protege a articulação contra o estresse em valgo e as forças rotatórias no joelho.

A bursa é uma bolsa com líquido sinovial que tem a função de diminuir o atrito entre os tendões e o osso, protegê-los e facilitar o deslizamento. No caso da bursa da pata de ganso ela está localizada entre a tíbia e os três tendões.


            Bursite ou tendinite da Pata de Ganso:

Clinicamente é difícil distinguir qual estrutura está afetada se é o tendão ou a bursa. A literatura revela que na maioria dos casos o problema é de origem bursal, mas o tratamento é basicamente o mesmo pela proximidade das estruturas.

A inflamação da bursa (bursite) pode resultar de um trauma agudo na parte medial do joelho ou por overuse (sobrecarga), na qual há uma fricção repetitiva da bursa entre a tíbia e os tendões devido a estresses em valgo ou uso excessivo dos isquiotibiais, principalmente naqueles que tem um encurtamento dos músculos posteriores da coxa.

É comum ocorrer em esportes que necessitam mudança rápida e constante de direção ou que realizem movimentos repetitivos do complexo flexor como, por exemplo, a corrida, futebol, basquete,etc..

         Fatores Predisponentes:

         - Treinamento excessivo (overtraining);
         - Gesto esportivo incorreto;
         - Aumento súbito dos treinamentos e corridas em aclives;
         - Pessoas com osteoartose e obesidade (a literatura é controversa, mas muitos acreditam nessa relação);
         - Encurtamento dos isquiotibias;
         - Lesão do menisco medial;
         - Deformidade em valgo;
         -Instabilidade medial.

         Sinais e Sintomas:

          - Dor ao subir e descer escadas na região medial do   joelho;
          - Dor ao sair da posição sentada para em pé;
          - Edema no local (inchaço);
          - Dor a palpação da região;
          - Dor para caminhar

        Diagnóstico:
Uma boa anamnese é essencial para a hipótese diagnóstica.  Perguntar se o paciente pratica alguma atividade física e qual é, se houve mudanças no treino, se houve algum trauma direto e avaliar os fatores de risco. 


O exame físico é caracterizado por dor a palpação na região da pata de ganso que podem ter sintomas semelhantes ao de lesão meniscal ou do ligamento colateral medial.

 

Observar a presença ou não de edema e aonde ele está localizado quanto mias próximo aos tendões maior a probabilidade de uma tendinopatia.

Paciente pode apresentar dor ao estresse em valgo ou a flexão resistida do joelho associada a rotação interna.                                                                                                                

Exames complementares podem ser necessários para um diagnóstico diferencial. A solicitação de um Raio-X para descartar um processo degenerativo ou uma fratura por estresse e  a ressonância magnética para avaliar a integridade dos meniscos, do ligamento colateral medial e da cartilagem do joelho podem ser necessários.
          
            Tratamento:

Na maioria dos casos o problema é resolvido com o tratamento conservador com antiinflamatórios e fisioterapia. Nos casos mais severos ou aqueles em que a dor é persistente o afastamento da atividade física é necessário.

Na reabilitação deve-se inicialmente controlar o quadro inflamatório e álgico através da crioterapia e da eletrotermofoterapia. Orienta-se para o paciente realizar a crioterapia no mínimo 3 vezes ao dia durante 15 minutos e nos casos de edema associar o método PRICE (proteção, elevação, compressão e repouso).

Com a melhora da dor os exercícios devem ser iniciados visando principalmente o alongamento dos músculos posteriores da coxa, do quadríceps e do complexo adutor para minimizar o estresse sobre a bursa. Equilibrar as forças da cadeia anterior e posterior (quadríceps e isquiotbiais) fortalecendo ambos os grupos musculares é outro ponto fundamental para a reabilitação. Procurar enfatizar os exercícios de cadeia cinética fechada, pois estes trabalham em co-contração e simulam melhor o gesto esportivo. Numa fase mais tardia na qual o paciente não apresenta mais sintomas o retorno gradual ao esporte deve ser iniciado.

                 Dicas aos Fisioterapeutas:

-Atue sempre nas correções dos fatores de risco ou o tratamento pode ser frustrante (valgo de joelho, instabilidade, encurtamento...);

- A força de flexão da pata de ganso é maior aos 90º de flexão do joelho e diminue progressivamente com a extensão. Isso; porque com a extensão do joelho o ângulo de inserção do tendão torna-se mais agudo resultando numa desvantagem mecânica, gerando menos força.

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