quinta-feira, 29 de setembro de 2011

ONU discute prevenção de doenças ligadas a hábitos não saudáveis


Na última semana chefes de estado de diversos países do globo se reuniram na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova York, para falar sobre como pode ser minimizado o impacto das doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, diabetes, obesidade, doenças cardiovasculares e doenças respiratórias crônicas. Segundo os líderes, as políticas de prevenção devem ser a peça-chave de respostas para as doenças crônicas mais comuns relacionadas aos hábitos de alimentação não saudáveis.

As doenças crônicas são a maior causa morte em todo o mundo e matam 36 milhões de pessoas por ano. Segundo o Fórum, custarão quase 47 trilhões de dólares à economia mundial nos próximos 20 anos. O número de mortes anuais pode chegar a 52 milhões nesse período, pelas estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Com esse aumento, as doenças não-transmissíveis (derrames, ataques cardíacos, câncer, doenças pulmonares e diabetes), já correspondem, mundialmente, a 63% das mortes. Atenta a essa situação, a Organização das Nações Unidas (ONU) tem dado maior enfoque para o combate às doenças crônicas.

No Brasil, a estimativa é que 74% das mortes estão relacionadas a esses problemas, conforme o relatório Estado Global sobre Doenças Não-Transmissíveis, da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O artigo ("Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: carga e desafios atuais”, escrito por pesquisadores brasileiros e publicado na revista científica The Lancet, afirmava que a prevalência de diabetes e hipertensão está aumentando, paralelamente à prevalência de excesso de peso; esses aumentos estão associados a mudanças desfavoráveis na dieta e na atividade física.

Pela primeira vez, a OMS disponibiliza informações detalhadas para cada Estado-Membro, indicando onde cada governo necessita focar esforços em prevenção e tratamento das principais doenças que são causa de morte.

A reunião aprovará uma declaração e uma campanha para reduzir, até 2013, os fatores de risco das doenças crônicas, envolvendo os governos, as indústrias e a sociedade civil com os planos.


Entre as iniciativas necessárias propostas, estão medidas como:

• O aumento de preço e da fiscalização para reduzir o consumo de tabaco ou reduzir a comercialização ou desestimular sua comercialização.

• Alertar para os perigos do alto consumo de alimentos e bebidas que são ricos em gorduras saturadas, açúcares e sal.

• A redução do consumo nocivo do álcool; a promoção da alimentação saudável e o incentivo do aumento da atividade física.

É a segunda vez na história que a entidade realiza um evento para discutir questões globais de saúde - a primeira, há dez anos, abordou a epidemia de Aids.

A Presidente Dilma Rousseff destacou a importância dos programas de prevenção. "Estamos intensificando o combate aos fatores de risco como tabagismo, consumo excessivo de álcool, inatividade física e alimentação não saudável", afirmou. Além disso, a presidente ainda afirmou a importância das políticas que priorizam a saúde da mulher. "Estamos facilitando acessos a exames preventivos, melhorando a qualidade das mamografias, e ampliando o tratamento para as vítimas de câncer", finalizou.

De acordo com o Idec, o maior desafio é criar um plano global de ação, que ainda se mostra difícil e complexo. O Instituto considera necessário que o Estado exerça seu papel regulatório, evitando a veiculação da publicidade de alimentos não saudáveis. Quando veiculada, a propaganda deve informar claramente sobre os possíveis efeitos nocivos que o consumo do produto anunciado pode causar à saúde. Em contrapartida, devem ser desenvolvidas políticas que incentivem a reformulação dos produtos para torná-los mais saudáveis.

No Brasil, algumas medidas já são tomadas pelo governo, como a obrigatoriedade de informar nas embalagens de alimentos que contém gorduras trans e excesso de sódio, além da famosa campanha nas caixas de cigarro, que exibe fotos de doenças causadas pelo fumo. Em agosto, o Ministério da Saúde criou um Plano de Ações Estratégicas para o enfrentamento dessas doenças, que visa reduzir em 2% ao ano o número de mortes causadas por estas doenças.

Além disso, diversas marcas de alimentos e bebidas estão diminuindo as quantidades de ingredientes nocivos à saúde como o sódio e as gorduras trans, como a famosa rede de fast food Mc Donald's divulgou que a quantidade de sódio e gorduras de seus sanduíches e molhos deverá ser diminuída e mais componentes saudáveis devem ser acrescidos ao seu menu, a fim de incentivar melhores hábitos alimentares, especialmente às crianças.

Impacto financeiro
A reunião já começou com as expectativas esvaziadas, pois os países ricos e as empresas multinacionais dificilmente aceitarão sofrer um impacto financeiro em curto prazo para ajudar a financiar e promover iniciativas de saúde em nações mais pobres. Na segunda-feira, a Assembléia Geral adotou uma declaração reconhecendo o ônus econômico e social das doenças crônicas, mas sem estabelecer metas específicas para a redução do seu impacto.

* Fonte: Idec
consumidormoderno.uol.com.br
blogdasaude.com.br
noticias.terra.com.br

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