quarta-feira, 31 de março de 2010
Exercício Pullover - Peitoral ou Costas?
Cada vez mais, o treinamento de força (musculação), vem ganhando espaço no cenário mundial como um meio eficiente para a obtenção de índices ótimos de qualidade de vida, no que tange ao aumento da capacidade funcional ou mesmo à estética corporal desejada.
Entretanto, para a real obtenção de tais benefícios, faz-se necessário um entendimento ótimo tanto das variáveis que geram a alteração do estado fisiológico individual (carga de treino), como da melhor mecânica corporal para a otimização da ativação muscular específica.
Deste modo, o bom entendimento dos parâmetros biomecânicos de execução dos exercícios é de extrema importância para a redução dos níveis de lesão e para a obtenção do melhor rendimento muscular. Assim, entra em cena a ciência do treinamento, que vem auxiliar no entendimento e conseqüente otimização de tais variáveis, que por tanto tempo permaneceram dominadas pelo conhecimento empírico dos praticantes.
A área intitulada neuromecânica auxilia na compreensão de como o sistema nervoso interpreta a ação articular (torque), e solicita a musculatura específica da forma mais eficiente e econômica possível.
Para isto, utilizamos uma técnica chamada eletromiografia, que quantifica a ação elétrica muscular por meio de eletrodos dispostos superficialmente nos músculos, definindo sua real participação nos movimentos estudados. O exercício pullover, então, foi escolhido como foco deste estudo, pois dentre os exercícios executados na sala de musculação, este é o que possui maior controvérsia quanto à participação dos diversos músculos, principalmente peitoral maior e latíssimo do dorso.
Na literatura disponível atualmente, apenas um autor (Delavier, 2000) faz menção a tal exercício, entretanto, sua abordagem é simplesmente anatômica, o que diminui a confiabilidade em tais informações, quando se tem por base o pressuposto de que existe uma forte dependência neural na ativação muscular.
O estudo conduzido enfatizou a ativação eletromiográfica dos grupos musculares: peitoral maior e latíssimo do dorso, em uma tarefa dinâmica de baixa velocidade e utilizando como sobrecarga 30% da massa corporal do indivíduo. Baseado neste estudo observa-se uma maior participação (aproximadamente 50%) na ação muscular do peitoral maior em relação ao latíssimo do dorso. Obviamente, a ação de ambos é aumentada em ângulos articulares extremos em função da maior alavanca corporal e, conseqüentemente, maior solicitação por parte do sistema nervoso. Pode-se observar também, diferenças na fase concêntrica e excêntrica dos músculos estudados. Estudos neuromusculares relatam diferenças da ativação muscular nas diferentes fases do movimento, sendo a fase concêntrica a de maior ativação das fibras musculares (unidades motoras).
O presente estudo corrobora tais afirmações, pois se comprova uma maior atividade eletromiográfica na fase concêntrica do movimento. Pode-se concluir então, que o pullover é um exercício que solicita ambos os músculos, embora sua participação durante o movimento seja diferenciada e, nas várias fases de movimento, ocorre uma solicitação neuromuscular específica.
*Paulo Marchetti é Mestre em Educação Física, Especialista em Treinamento Desportivo e Fisiologia do Exercício, Membro do Laboratório de Biofísica – EEFEUSP
Fonte: www.www.janeteneves.com.br
quarta-feira, 10 de março de 2010
Entrevista com Manuel Sérgio Vieira e Cunha
Manuel Sérgio Vieira e Cunha: filósofo português
Entrevista do Jornal Estadao com o professor de José Mourinho. Sem nunca ter jogado bola, ele 'fez a cabeça' do técnico e é considerado por muitos treinadores como um grande mentor.
Por Paulo Favero
Em um certo momento da vida, os caminhos do técnico José Mourinho e do filósofo português Manuel Sérgio se encontraram. Um era um jovem rapaz de apenas 18 anos, começando a faculdade de Educação Física. O outro, um professor que questionava os preceitos básicos do curso e colocava dúvidas na cabeça dos alunos, coisa que um bom docente costuma fazer. Depois da universidade, cada um seguiu seu caminho.
Mourinho virou um dos treinadores mais bem pagos do mundo. Conquistou a Copa dos Campeões pelo Porto e os títulos nacionais em Portugal, na Inglaterra pelo Chelsea e na Itália com a Internazionale. E nunca se esqueceu dos ensinamentos e lições que teve. "Ele sempre me diz que eu fiz a cabeça dele", explica Manuel Sérgio Vieira e Cunha, que é reconhecido por muitos treinadores como um grande mentor.
Aos 76 anos, ele garante que nunca jogou bola. "Só na brincadeira", conta. Mas a paixão pelo futebol começou cedo, e principalmente pelo viés acadêmico. Ele costuma conversar com muitos técnicos, dá indicação de bibliografia e é fã confesso de Luiz Felipe Scolari. Para ele, Felipão reúne todas as condições de um vencedor. "São três características para ser um grande treinador: ser líder, saber ler o jogo e saber comunicar para motivar", explica o filósofo.
Como você conheceu o José Mourinho?Eu dava aula de Filosofia das Atividades Corporais em 1981 e ele foi meu aluno. Na época diziam: para ter saúde, corra! Então eu falei que o professor de educação física é um especialista em humanidade. Até hoje o Mourinho diz que eu fiz a cabeça dele. Mostrei que não é só o corpo que está em questão, é a mente. Isso mexeu com ele. Mas eu nunca lhe ensinei futebol.Você ainda mantém contato com ele?Agora nos falamos pouco, mas antes tínhamos um contato semanal. Há uma coisa que eu dizia e ele aprendeu: é o homem que se é que triunfa no treinador que pode ser. Ele é muito esperto. O que eu tinha de fazer, já fiz. E estou satisfeito por isso.O que vocês conversam?O Mourinho leu a minha obra. Na última vez em que nos encontramos, ele comentou que o futebol italiano era o mais complicado. Nas nossas conversas, abordamos vários assuntos. Não falando estritamente de futebol, eu falo de futebol. Houve um tempo em que a Educação Física acentuava muito o físico. Mostrei que ali não era o físico, era uma pessoa em movimento. Para saber de esporte, tem de saber mais do que simplesmente o esporte. Não é uma atividade física, é humana.
Você também conversa com outros treinadores?
Eu tenho contato com o Carlos Queiroz (técnico de Portugal), José Peseiro (treinador da Arábia Saudita), Jorge Jesus (comandante do Benfica). Outro dia, o próprio Jorge Jesus me perguntou como faria para saber se a metodologia que ele estava usando era correta. Eu fui buscar no Paul Feyerabend (autor do livro Contra o Método), que diz que tudo vale.
Como a filosofia pode ajudar a pensar o futebol?
A filosofia quer dizer que nada deixa de ser suscetível ao questionamento. Os governos não têm medo de quem faz esporte, têm medo de quem pensa. A filosofia quer chamar a atenção mostrando que o esporte serve para fazer homens, cidadãos.
Dá para explicar essa paixão mundial pelo futebol?
É um jogo com os pés, que nos aproxima mais dos animais. Não é por acaso que o Eusébio era chamado de pantera, o Ardiles era conhecido como o formiguinha, o Edmundo era o animal...
Você também é um crítico da educação física tradicional...
Não há educação física. Essa expressão só aparece com a divisão do ser humano em duas partes. Ninguém contesta o físico, o que se contesta é que sejamos tão físicos. Acho que temos de olhar para o esporte como uma ciência humana.
Como assim?
O primeiro fator de saúde é que a vida precisa ter sentido para nós. Não falo que correr faz mal, mas é preciso ser feliz. Estamos em um tempo que tudo passa depressa e que é para ser consumido. Temos de acreditar em valores para humanizar a vida.
Quais valores?
O futebol é uma mentira, não tem nada de educativo. Um salário como o do Cristiano Ronaldo é um atentado contra milhões de pessoas que não têm nada. No fundo, o futebol deve educar e quando critico um determinado tipo de futebol é porque acredito no esporte. Temos de politizar a prática esportiva e isso tem de aparecer na educação.O que você achou da escolha do Brasil para ser sede da Copa do Mundo em 2014?Todos os brasileiros têm de entender que a Copa do Mundo vem ao Brasil porque o esporte é o desenvolvimento do ser humano como um todo. E é evidente que o Mundial traz prestígio para o Brasil. O futebol é o artigo de mais luxo que o País exporta.
Para concluir, quem será o campeão na África do Sul?
O Brasil é, contra qualquer país do mundo, favorito. E não digo mais nada.
Em um certo momento da vida, os caminhos do técnico José Mourinho e do filósofo português Manuel Sérgio se encontraram. Um era um jovem rapaz de apenas 18 anos, começando a faculdade de Educação Física. O outro, um professor que questionava os preceitos básicos do curso e colocava dúvidas na cabeça dos alunos, coisa que um bom docente costuma fazer. Depois da universidade, cada um seguiu seu caminho.
Mourinho virou um dos treinadores mais bem pagos do mundo. Conquistou a Copa dos Campeões pelo Porto e os títulos nacionais em Portugal, na Inglaterra pelo Chelsea e na Itália com a Internazionale. E nunca se esqueceu dos ensinamentos e lições que teve. "Ele sempre me diz que eu fiz a cabeça dele", explica Manuel Sérgio Vieira e Cunha, que é reconhecido por muitos treinadores como um grande mentor.
Aos 76 anos, ele garante que nunca jogou bola. "Só na brincadeira", conta. Mas a paixão pelo futebol começou cedo, e principalmente pelo viés acadêmico. Ele costuma conversar com muitos técnicos, dá indicação de bibliografia e é fã confesso de Luiz Felipe Scolari. Para ele, Felipão reúne todas as condições de um vencedor. "São três características para ser um grande treinador: ser líder, saber ler o jogo e saber comunicar para motivar", explica o filósofo.
Como você conheceu o José Mourinho?Eu dava aula de Filosofia das Atividades Corporais em 1981 e ele foi meu aluno. Na época diziam: para ter saúde, corra! Então eu falei que o professor de educação física é um especialista em humanidade. Até hoje o Mourinho diz que eu fiz a cabeça dele. Mostrei que não é só o corpo que está em questão, é a mente. Isso mexeu com ele. Mas eu nunca lhe ensinei futebol.Você ainda mantém contato com ele?Agora nos falamos pouco, mas antes tínhamos um contato semanal. Há uma coisa que eu dizia e ele aprendeu: é o homem que se é que triunfa no treinador que pode ser. Ele é muito esperto. O que eu tinha de fazer, já fiz. E estou satisfeito por isso.O que vocês conversam?O Mourinho leu a minha obra. Na última vez em que nos encontramos, ele comentou que o futebol italiano era o mais complicado. Nas nossas conversas, abordamos vários assuntos. Não falando estritamente de futebol, eu falo de futebol. Houve um tempo em que a Educação Física acentuava muito o físico. Mostrei que ali não era o físico, era uma pessoa em movimento. Para saber de esporte, tem de saber mais do que simplesmente o esporte. Não é uma atividade física, é humana.
Você também conversa com outros treinadores?
Eu tenho contato com o Carlos Queiroz (técnico de Portugal), José Peseiro (treinador da Arábia Saudita), Jorge Jesus (comandante do Benfica). Outro dia, o próprio Jorge Jesus me perguntou como faria para saber se a metodologia que ele estava usando era correta. Eu fui buscar no Paul Feyerabend (autor do livro Contra o Método), que diz que tudo vale.
Como a filosofia pode ajudar a pensar o futebol?
A filosofia quer dizer que nada deixa de ser suscetível ao questionamento. Os governos não têm medo de quem faz esporte, têm medo de quem pensa. A filosofia quer chamar a atenção mostrando que o esporte serve para fazer homens, cidadãos.
Dá para explicar essa paixão mundial pelo futebol?
É um jogo com os pés, que nos aproxima mais dos animais. Não é por acaso que o Eusébio era chamado de pantera, o Ardiles era conhecido como o formiguinha, o Edmundo era o animal...
Você também é um crítico da educação física tradicional...
Não há educação física. Essa expressão só aparece com a divisão do ser humano em duas partes. Ninguém contesta o físico, o que se contesta é que sejamos tão físicos. Acho que temos de olhar para o esporte como uma ciência humana.
Como assim?
O primeiro fator de saúde é que a vida precisa ter sentido para nós. Não falo que correr faz mal, mas é preciso ser feliz. Estamos em um tempo que tudo passa depressa e que é para ser consumido. Temos de acreditar em valores para humanizar a vida.
Quais valores?
O futebol é uma mentira, não tem nada de educativo. Um salário como o do Cristiano Ronaldo é um atentado contra milhões de pessoas que não têm nada. No fundo, o futebol deve educar e quando critico um determinado tipo de futebol é porque acredito no esporte. Temos de politizar a prática esportiva e isso tem de aparecer na educação.O que você achou da escolha do Brasil para ser sede da Copa do Mundo em 2014?Todos os brasileiros têm de entender que a Copa do Mundo vem ao Brasil porque o esporte é o desenvolvimento do ser humano como um todo. E é evidente que o Mundial traz prestígio para o Brasil. O futebol é o artigo de mais luxo que o País exporta.
Para concluir, quem será o campeão na África do Sul?
O Brasil é, contra qualquer país do mundo, favorito. E não digo mais nada.
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100308/not_imp520923,0.php
Controle do Stress
Pare, pense e respire
Técnica de respiração ajuda no controle do estresse
Por Carolina Beu
Sente-se estressado? Então pare tudo o que está fazendo e simplesmente... Respire. É, isso mesmo! Para os adeptos da técnica de meditação criada pelo indiano Sri Sri Ravi Shankar, fundador da ONG Arte de Viver, a importância do ato de respirar está além da vital troca de oxigênio e dióxido de carbono com o meio ambiente. Por meio de exercícios que alternam o ritmo da respiração, o método de Shankar propõe a eliminação de toxinas do corpo e o combate dos sintomas da ansiedade e do estresse.
Conhecida como Sudarshan Kriya (do sânscrito Su = apropriada; Darshan = visão; Kriya = ação purificadora), a técnica advêm da tradição iogue, que ensina como utilizar a respiração para lidar com o controle das emoções. “Não temos a cultura de prestar atenção no modo como respiramos e, por isso, acaba que não utilizamos mais do que 30% de nossa capacidade pulmonar. A respiração é a ligação entre nossa mente e nosso corpo”, afirma Cristina Armelim, coordenadora regional da sede da organização em São Paulo.
Segundo Cristina, respirar corretamente significa limpar o interior do corpo. “Para isso, são feitos exercícios que dividem a respiração em três estágios: clavicular, torácico e abdominal. A técnica alterna diversos ritmos respiratórios para realizar a limpeza das células e leva a um estágio de repouso mental profundo, acalmando os pensamentos negativos e liberando as emoções”, explica a coordenadora. A prática do Sudarshan Kriya, quando seguida rigorosamente, é capaz de eliminar cerca de 80% das toxinas do corpo.
Além da redução do estresse, o método também é indicado para promover a melhora da saúde, estimular a criatividade e a autoestima. A lógica é muito simples. Quando somos acometidos por uma emoção o nosso ritmo respiratório muda: se estamos com raiva não respiramos do mesmo modo como quando estamos alegres. O Sudarshan Kriya propõe a inversão desses eventos, fazendo com que aprendamos a controlar a respiração primeiro, para daí sim lidarmos com a mente e as emoções. A ONG Arte de Viver contabiliza que cerca de 20 milhões de pessoas já foram beneficiadas pela técnica em todo o mundo.
Arte de viver
A Fundação Arte de Viver é consultora do Conselho Econômico e Social da ONU e seus trabalhos estão presentes em 152 países. O fundador Sri Sri Ravi Shankar, líder humanitário que tem inspirado e dirigido inúmeros projetos sociais e educacionais em todo o mundo, foi indicado recentemente ao Prêmio Nobel da Paz. Com o intuito de caminhar em direção a um mundo mais pacífico e sustentável, a instituição desenvolve programas de ação social e educacional que promovem os valores humanos na sociedade, fomentam o respeito às diferenças e a integração entre os povos.
Fonte: www.abiliodiniz.uol.com.br
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